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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Diretrizes de RCP aumentam os requisitos de especialização para profissionais

Com cerca de 17 milhões de óbitos/ano, as doenças cardiovasculares causam um terço das mortes em todo o mundo. No Brasil, são cerca de 400 mil vítimas fatais anualmente, uma das principais causas de mortalidade da população. Grande parte é vitimada pela parada súbita do coração, quando a pessoa está caminhando nas ruas, falando ao telefone, assistindo à televisão ou simplesmente trabalhando e subitamente colapsa. Especialistas defendem que a vida de parte destas vítimas poderia ser salva com procedimentos de RCP (Ressuscitação Cardiopulmonar) e o uso do desfibrilador, equipamento capaz de reverter a parada cardíaca.

Para popularizar os procedimentos e fazer de um cidadão comum um socorrista em potencial, as diretrizes de RCP do ILCOR (International Liaison Committee On Resuscitation - Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação) estão cada vez mais simplificadas para os leigos. Já para os profissionais da saúde, há uma riqueza de detalhes que requer atenção, maior exigência técnica, incremento no ensino e reforço sobre o trabalho em equipe. O ILCOR reúne entidades de cardiologia, como o CNR (Conselho Nacional de Ressuscitação), do Brasil, e a AHA (American Heart Association), dos Estados Unidos, líder mundial e principal referência no segmento.

Recomendadas a partir de um consenso médico-científico sobre as manobras e técnicas mais apropriadas para a ressuscitação, desde 2000 as diretrizes são publicadas em âmbito internacional e permitem melhorar as chances de sobrevivência das vítimas de parada súbita do coração.

“As diretrizes têm sido extremamente importantes para homogeneizar universalmente os conceitos em Suporte Básico e Suporte Avançado de Vida para que, com isso, se consiga simplificar o atendimento de emergência, tanto para o leigo quanto para o profissional de saúde”, define o médico Sergio Timerman, doutor em Cardiologia, membro do ILCOR e da AHA, diretor-científico da Fundação Interamericana do Coração e diretor do LTSEC-INCOR (Laboratório de Treinamento e Simulação em Emergência Cardiovascular do Instituto do Coração).

No entanto, as diretrizes não são definitivas e estão sempre em evolução em face das novas tecnologias e técnicas para RCP. Ou seja, como se tratam de recomendações, as diretrizes que até bem pouco tempo estavam vigentes, hoje já não são mais adotadas. Da mesma forma, as atuais práticas podem cair em desuso assim que novas recomendações venham a ser publicadas.

“Para seguirmos algum consenso, é necessário bom senso do profissional, pois os trabalhos científicos, muitas vezes, não se adaptam à realidade individual de cada paciente e a diretriz nos orienta no caminho a seguir”, afirma o médico e doutor em Cardiologia, Manoel Fernandes Canesin, diretor do Centro de Treinamento em Emergências da UEL (Universidade Estadual de Londrina), coordenador do Grupo de Estudos em Ressuscitação e Emergência Cardiovascular da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) e consultor técnico do Ministério da Saúde.
Para o primeiro semestre de 2009, está previsto o início de um fórum aberto aos profissionais de saúde que não participam da definição das diretrizes, para que opinem sobre os novos consensos, que serão publicados em outubro de 2010 . Segundo o doutor em Cardiologia Sergio Timerman, a sugestão é acompanhar estes movimentos pelos sites www.americanheart.org ou www.erc.edu. Também estão disponíveis na internet as principais modificações introduzidas nas Diretrizes 2005 para RCP (em português).
Fonte: Revista Emergência

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Acidente de Trabalho - Números preocupam

Trabalhadores, empresários e governos juntos no combate aos acidentes.
Acidentes de trabalho afastam pessoas dos seus postos, causando muitas vezes danos irreversíveis ao trabalhador, e prejuízos da ordem de R$ 40 bilhões anuais às empresas e ao Estado.
Na busca de uma solução para este problema, representantes do governo, trabalhadores e empregadores se uniram, em carater permanente, na Comissão Tripartite, que foi instituída por portaria interministerial de maio desse ano.
A Previdência Social, que coordena a Comissão até agosto de 2009, por meio da Diretoria de Segurança Ocupacional da Secretaria de Políticas de Previdência Social, dá cobertura a 38 milhões de pessoas com o seguro de acidente de trabalho. O objetivo da comissão é promover açoes que ampliem este percentual de cobertura para que mais pessoas possam ter proteção em caso de acidente.
Os custos com o pagamento de benefícios relativos a acidentes de trabalho e aposentadorias especiais são de R$10,7 bilhoes anuais. Além disso, há despesas com treinamento e substituição do trabalhador, com a reabilitação da pessoa, além das consequencias para o próprio indivíduo que sofre acidente.
Para diminuir as ocorrencias, a comissao começa a implementar um plano de ação. A prioridade foi dirigida aos dois setores que concentram o maior número de acidentes graves: Construção Civil e Transporte Rodoviário de Carga.
Na última reunião da comissão, ocorrida em 24 de novembro, os representantes decidiram fortalecer as negociações coletivas, estabelecendo um diálogo permanente entre outros pontos, com a revitalização das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA).
Ficou estabelecido ainda o aperfeiçoamento e ampliação da legislação para esses dois setores, com a reavaliação do conteúdo de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) de todos os cursos profissionais e uma maior coordenação das ações de fiscalização do Ministério do Trabalho e da Vigilância Sanitária.
Haverá também investindo em campanhas educativas e alertas, além de estudos e pesquisas voltadas para a redução de acidentes, com o fortalecimento da base de dados.
Outra decisão importante foi a proposta de criação de uma linha de crédito especialou mesmo isenções fiscais para incentivar a compra de equipamentos para a melhoria do ambiente de trabalho.
Fonte: Inteligência Ambiental

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Sabe o que pode acontecer se você parar de fumar?

Ao parar de fumar seu corpo vai recebendo benefícios constantes.

Veja só:
- Após 20 minutos: a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normalApós 2 horas: não há mais nicotina circulando no seu sangue
- Após 8 horas: o nível de oxigênio no sangue se normaliza
- Após 12 a 24 horas: seus pulmões já funcionam melhor
- Após 02 dias: seu olfato já percebem melhor os cheiros e seu paladar já degusta melhor a comida
- Após 03 semanas: você vai notar que sua respiração se torna mais fácil e a circulação melhora
- Após 01 ano: o risco de morte por infarto do miocárdio já foi reduzido á metade
- Após 05 a 10 anos: o risco de sofrer infarto será igual aos das pessoas que nunca fumaram

Como deixar o cigarro para trás sem sofrimento

O mais importante é escolher uma data para ser o seu primeiro dia sem cigarro. Este dia não precisa ser um dia de sofrimento. Faça dele uma ocasião especial e procure programar algo que goste de fazer para se distrair e relaxar. Você pode escolher duas formas de parar de fumar:
- A parada imediata: Esta deve ser sempre a primeira opção. Você deixa de fumar de uma só vez, cessando totalmente de uma hora para outra.
- A parada gradual:Você pode utilizar esse método de duas formas
1º) Reduzindo o número de cigarros. Para isso, é só contar o número de cigarros fumados por dia e passar a fumar um número menor a cada dia.
2º) Adiando a hora em que começa a fumar o primeiro cigarro do dia. Você vai adiando o primeiro cigarro por um número de hora pré-determinado a cada dia até chegar o dia em que você não fumará nenhum cigarro.

Se você escolher a parada gradual, não deverá gastar mais que duas semanas neste processo.

Mais Atenção!

Lembre-se também de que fumar cigarros de baixos teores não é uma boa alternativa. Eles fazem tanto mal á saúde quanto os outros cigarros.

Cuidado com os métodos milagrosos para deixar de fumar. Se tiver dúvidas, procure orientação médica. Somente um médico poderá avaliar a utilização de outros métodos, como por exemplo, adesivos de nicotina.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Feliz Natal e Prospero Ano Novo

A todos os companheiros e amigos que nos deram a honra de participarem do Blog SAUDE OCUPACIONAL e foram atendidos pela nossa empresa, que acreditaram em nós e durante este ano caminharam conosco, mesmo diante das dificuldades, com sabedoria, esperança, fé, união e trabalho, fomos capazes de encontrar uma solução para amenizar a crise. Unidos nos tornamos fortes para conquistar e realizar nossas metas.

Que nesse ano Deus nos ensine a Paz, e que estejamos todos prontos para ouvir,
Que os nossos erros não seja o nosso fardo, Mas a experiência para decisões melhores,
Que nesse ano a religião não seja razão para o ódio, e que os inocentes sejam sagrados,
Que as diferenças não justifiquem problemas, Mas que mostrem soluções diferentes,
Que nesse ano toda criança possa brincar, e que elas tenham brinquedos verdadeiros,
Que seus pais não justifiquem discórdia hoje, Mas que falem dos sonhos de um futuro feliz,
Que nesse ano a força seja das boas palavras, e que as palavras sejam ouvidas,
Que o poder não derrube paredes sobre as pessoas, Mas que destrua barreiras entre elas,
Que nesse ano as nações sejam unidas,
E que a união tenha significado e seja respeitada,
Que os governantes não se esqueçam que a história não eterniza a vida, frágil e passageira, Mas apenas pensamentos e ações,
Que nesse ano a natureza seja mãe, E que, como filhos, tenhamos por ela o amor e o cuidado devidos,
Que as ações pelo Planeta não sejam assinadas apenas pelas nações que compreendem os problemas, Mas também por aquelas que os causam.

O Blog SAUDE OCUPACIONAL e nossa empresa agradece a todos e deseja o Natal cheio de paz e que o ano novo seja vibrante, com grandes realizações.
FELIZ NATAL E PROSPERO ANO NOVO
Jefferson
Assessoria Ocupacional

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Principais Atalhos do Windows

Principais Atalhos do Windows:
Alt + Enter -Exibe propriedades de arquivo
Alt + Esc - Alterna entre janelas na ordem em que foram abertas
Alt + F4 - Fecha programa
Alt + Tab - Alterna entre janelas de programas abertos
Alt + espaço, depois N ou X - Minimiza ou maximiza janela
Ctrl + Esc - Abre menu Iniciar
Ctrl + F4 - Fecha janela de programa
Ctrl + Z - Desfaz última ação
F1 - Abre a ajuda
F2 - Renomeia o item selecionado.
F3 - Realiza pesquisa
Print Screen - Captura tela, para colar em programas como o "Paint"
Alt + Print Screen - Captura somente janela ativa
Shift - Ao inserir CD-ROM no drive, evita que ele seja reproduzido automaticamente
Shift + Del - Exclui um item sem armazená-lo na lixeira
Shift + F10 - Equivale ao clique com o botão direito do mouse
Shift + Tab - Retrocede entre itens de um documento
Tab - Avança entre itens de um documento
Windows + D - Minimiza ou restaura todas as janelas
Windows - Mostra o Menu Iniciar
Windows + E - Abre o Windows Explorer
Windows + F - Abre o Pesquisar para arquivos
Windows + R - Mostra a janela Executar
Windows + L - Tranca a tela
Windows + U - Abre o Gerenciador de Utilitários
Windows + CTRL + F - Mostra o Pesquisar para computador (em rede)
Windows + Shift + M - Desfaz minimizar (para todas as janelas)
Windows + F1 - Para Ajuda e Suporte
Windows + BREAK - Mostra as Propriedades de Sistema
Geral de aplicativos do Windows:

Ctrl + F4 - para fechar documentos
Ctrl + F12 - para abrir documentos
F12 - para abrir o "salvar como"
Ctr + TAB - para alternar entre documentos, como no excel, imaging ou photoeditor, por exemplo (não funciona no Word)
Alguns Atalhos do Internet Explorer:

Alt + seta para cima ou para baixo - Na janela de organizar favoritos - move item para cima ou para baixo.
Alt + seta para a direita - Avança para página seguinte
Backspace ou Alt + seta para a esquerda - Volta para página anterior
Alt + Home - Abre página inicial do Internet Explorer
Ctrl + B - Abre janela para organizar Favoritos
Ctrl + D - Adiciona página à pasta Favoritos
Ctrl + F - Localiza palavra na página
Ctrl + H - Ativa barra com histórico na lateral da janela
Ctrl + I - Ativa barra com sites favoritos na lateral da janela
Ctrl + N - Abre nova janela do navegador
Ctr + O ou L - Abre campo para digitar e ir a nova página da rede ou abrir arquivo
Ctrl + Enter - Adiciona http://www. Antes e .com depois de palavra digitada na barra de endereços
Ctrl + setas para a esquerda ou para a direita - Na barra de endereços - move o cursor para a esquerda ou para a direita da quebra lógica anterior ou seguinte: ponto, barra ou dois pontos
Esc - Interrompe a transmissão de uma página quando está sendo carregada ou a música de fundo quando existe e a página já está carregada
F4 - Exibe histórico da barra de endereços
F5 - Atualiza página recarregando-a
F6 - Alterna entre frames de uma página e barra de endereços.
F11 - Alterna entre visualização normal e tela cheia
Alguns Atalhos do Outlook Express:

Ctrl + D - Apaga mensagem
Ctrl + E - Localiza pessoa no catálogo de endereços
Ctrl + F - Encaminha mensagem
Ctrl + J - Vai à próxima pasta com mensagens não lidas
Ctrl + M - Enviar e receber mensagens
Ctrl + N - Nova mensagem
Ctrl + Q - Marca mensagem como lida
Ctrl + R - Responde ao autor
Ctrl + S - Salva mensagem
Ctrl + Enter - Quando conectado e com destinatário definido, envia mensagem
Ctrl + F3 - Exibe código-fonte da mensagem
Ctrl + Shift + A - Marca todas mensagens de uma pasta como lidas
Ctrl + Shift + B - Abre catálogo de endereços
Ctrl + Shift + E - Abre janela para criar nova pasta
Ctrl + Shift + F - Localiza mensagem
Ctrl + Shift + N - Cria nova entrada no catálogo de endereços
Ctrl + Shift + O - Abre opções do Outlook Express
Ctrl + Shift + R - Responder a todos
Esc - Fecha mensagem
Alguns Atalhos do Word:

Alt + Ctrl + F - Insere nota de rodapé, aquela com o número 1 sobrescrito no texto e a referência no pé da página
Alt + Ctrl + I, O, P ou N - Muda estilo de visualização da página
Alt + Ctrl + Y - Vai para início da página seguinte
Alt + Ctrl + M - Insere comentário
Ctrl + [ ou ] - Diminui ou aumenta tamanho da fonte em um ponto
Ctrl + = - aplica subscrito
Ctrl + Shift + = - Aplica sobrescrito
Ctrl + 1, 2 ou 5 - Define espaçamento entre linhas simples, duplo ou de 1,5 linha
Ctrl + D - Abre caixa de formatação de fonte
Ctrl + End - Vai para fim do documento
Ctrl + I, N ou S - Aplica efeito itálico, negrito ou sublinhado em termos selecionados
Ctrl + T - Seleciona todo o texto
Ctrl + U - Localiza e substitui palavras ou expressões
Ctrl + Del ou backspace - Apaga palavra seguinte ou anterior
Ctrl + Shift + F8 - Ativa seleção de bloco quadrilátero de texto
Ctrl + Shift + C ou V - Copia ou cola formatação de fontes
F4 - Repete a última ação
F7 - Verifica ortografia e gramática
F12 - Salvar como
Shift + F3 - Aplica letras maiúsculas em todo o texto selecionado
Shift + F7 - Abre dicionário de sinônimos
Ctrl + Home - vai para o início do "mesmo" documento
Atalhos do Excel:

shift + ctrl + seta p/ baixo - vai para o ultimo registro da coluna
shift + ctrl + seta p/ cima - vai para o primeiro registro da coluna
shift + ctrl + seta p/ direita - vai para o ultimo registro da linha
shift + ctrl + seta p/ esquerda - vai pra o primeiro registro da linha
ctrl + pgdown - vai para a próxima planilha
ctrl + pgup - vai para a planilha anterior
shfit + tab - volta uma célula .

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Número de acidentes de trabalho sobe 27,6% de 2006 para 2007.

Anuário Estatístico de 2007 do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) registrou 653 mil acidentes de trabalho. Mato Grosso ocupa o 1º lugar na média relativa, com 47,26 mortes por acidente para cada 100 mil segurados.
O número de acidentes de trabalho aumentou 27,6% em 2007, comparado com o ano anterior. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) registrou 653 mil ocorrências, segundo dados do Anuário Estatístico de 2007. O maior impacto deste aumento (98,6%) diz respeito aos acidentes sem Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs), registrados por meio do nexo técnico epidemiológico - mecanismo que relaciona doenças que ocorrem com maior incidência às atividades profissionais. Os acidentes de trabalho registrados em 2007, por meio da CAT, aumentaram 3,7% em relação a 2006.
No ano passado, foram registradas 2,8 mil mortes por acidentes do trabalho em todo o país. "No caso dos acidentes fatais, o nexo técnico epidemiológico não interfere", explica Fernando Donato Vasconcelos, médico e auditor fiscal da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso (SRTE/MT). A nova metodologia não se aplica aos trabalhadores informais e só abrange o universo dos segurados pelo INSS.
Segundo ele, a caracterização do acidente envolve dificuldades na delimitação do que é o fator de risco ou causal, suas circunstâncias de ocorrência e a relação com o trabalho. Por isso, os números podem ser ainda maiores em função da subnotificação. "Comparando as estatísticas da Previdência Social com dados de Boletins de Ocorrência nos distritos policiais, por exemplo, temos níveis de subnotificação de cerca de 90%. Ou seja, a realidade de acidentes do trabalhoé muito pior do que aparece nos dados oficiais".
Dados do governo federal mostram que acidentes e doenças do trabalho custam, anualmente, R$ 10,7 bilhões aos cofres da Previdência Social, responsável pelo pagamento do auxílio-doença, auxílio-acidente e aposentadorias.
Prioridade e planejamento
Para Fernando Donato, a primeira medida para diminuir o alto índice de acidentes repousa na priorização da questão dentro do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). "O problema não é novo. As iniciativas para combatê-lo foram se perdendo ao longo dos anos. Antigamente a segurança e saúde do trabalhador era uma secretaria dentro do MTE. Atualmente há um número pequeno de auditores especialistas no tema. Os recursos são limitados".
Para Junia Barreto, diretora do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho (DSST) do MTE, o que houve foi uma mudança de planejamento e não de prioridades. "Em nenhum momento, nos últimos anos, o planejamento de segurança e saúde foi deixado de lado. O que aconteceu, e que era necessário acontecer, é que o planejamento, que anteriormente era limitado à área, passou a englobar também os aspectos trabalhistas propriamente ditos".
Segundo a diretora, a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do MTE estabelece diretrizes para o planejamento. Neste ano, as prioridades determinadas têm como base os números de acidentes por setor econômico. Essas áreas serão alvos de fiscalizações em todo o território nacional. "Para os setores prioritários, são estabelecidas estratégias e táticas de intervenção, que podem incluir, além de uma fiscalização intensiva, outras metodologias, como notificação coletiva, reuniões, mediações". As superintendências regionais do MTE também podem definir suas prioridades.
Em 2007, o setor que mais acumulou acidentes de trabalho foi a indústria, com 129 mil ocorrências, seguido pelo setor de serviços, com 70,5 mil acidentes. Porém, o setor mais fiscalizado foi o comércio, com 43.461 ações, seguido da indústria, com 31.918 ações. Os dados foram apresentados pelo auditor fiscal Marcell Fernandes Santana, da SRTE/ES , durante o 26º Encontro Nacional dos Auditores Fiscais (Enafit). Das cinco divisões estabelecidas pela Previdência Social, o comércio é a que apresenta menor índice de acidentes e, apesar disso, foi o primeiro setor em número de fiscalizações do MTE.
Últimos três anos
No período de janeiro de 2005 a maio de 2008, 439 pessoas morreram em acidentes no trabalho no MT. As atividades econômicas com maior número de óbitos foram: transporte rodoviário de cargas (37), construção (30), criação de bovinos (22), madeireira (22) e cultivo da soja (19).
No mesmo período, quase 2 milhões de CATs foram emitidas no Brasil. E os setores que mais se destacam em números de ocorrências registradas são: as atividades de atenção à saúde; a construção; os transportes terrestres; os supermercados; o abate e preparação de produtos da carne e de pescado e o setor sucroalcooleiro. Fernando Donato pondera, entretanto, que nem sempre o problema é mais grave nas áreas de maior incidência. "No caso da área de saúde, por exemplo, são poucos acidentes que são fatais, o contrário ocorre no caso dos transportes".
No transporte de cargas, uma das principais causas de acidentes é a jornada exaustiva dos funcionários. "As empresas impõem um ritmo que leva um grande volume de caminhões na estrada, e com motoristas, inclusive, usando drogas para se manterem acordados. Alguns empregadores argumentam que as estradas é que são ruins, mas já foi comprovado que não são problemas nas estradas que causam acidentes", avalia Fernando.
No caso dos frigoríficos - que são muitos no Mato Grosso -, as condições de trabalho são insalubres, os trabalhadores são submetidos a altas e baixas temperaturas em curto intervalo de tempo. "No corte das peças é o estágio em que ocorrem mais acidentes", descreve o auditor fiscal Fernando.
A falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como a tela de proteção e o cinto, é a principal causa dos problemas na construção civil. "Nas madeireiras acorrem muitos acidentes porque os proprietários tiram um equipamento de proteção instalado na serra para que ela trabalhe mais rápido. Na derrubada de árvores também há casos de acidentes com motosseras".
Dados alarmantes
Foram contabilizadas 143 mortes por acidentes de trabalho no estado do Mato Grosso em 2007. O estado aparece em oitavo lugar na média de acidentes do trabalho fatais. Por outro lado, quando se analisa a Taxa de Mortalidade Específica [TME] por acidentes, calculada pelo número de óbitos notificados de trabalhadores segurados sobre o total de segurados, Mato Grosso passa à primeira posição na média referente ao período 1997-2006.
Enquanto a média nacional do período foi de 14,68 mortes por 100 mil segurados da Previdência Social e a de São Paulo, o estado com maior número absoluto com 7.668 mortes, foi de 11,12 mortes por 100 mil segurados, Mato Grosso apresenta uma média de 47,26 mortes por acidente do trabalho por 100 mil segurados do INSS.
A SRTE/MT criou o Comitê Estadual de Prevenção de Acidentes do Trabalho para tirar o estado do topo dessa lista. Participam do organismo, o INSS, a Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs), a Secretaria de Estado da Saúde (Ses), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Coordenadoria de Saúde do Trabalhador da Secretaria de Estado de Saúde (CSTSES). "A nossa pretensão é envolver a Polícia Rodoviária Federal, por conta dos acidentes de transporte e trazer a universidade para esse debate também", relata Fernando, da SRTE/MG.
O INSS é parceiro do MTE na análise dos acidentes de trabalho. Por meio do projeto Sirena, o instituto repassa informações do seu banco de dados para subsidiar a investigação das causas de óbitos e acidentes graves. Após o encerramento da análise, o MTE envia suas conclusões à Procuradoria do INSS para a possível proposição de ações regressivas contra os responsáveis, com o objetivo de recuperar para os cofres públicos os recursos gastos com benefícios previdenciários.
Fonte: Reporter Brasil

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Saiba como evitar os riscos em períodos de chuvas

O período das chuvas começou e os riscos relacionados ao excesso de precipitações aumenta. Desabamentos e inundações são muito frequentes nesta época.
Segundo dados da Defesa Civil, este ano em Minas Gerais, 30 municípios decretaram situação de emergência e 21 comunicaram problemas com chuvas totalizando 51 cidades afetadas. Mais de 100 mil pessoas tiveram problemas com as precipitações no estado e houve o registro de quatro mortes diretamente relacionadas às chuvas.
Para que a população possa se prevenir e saiba como agir em situações de risco, o Corpo de Bombeiros preparou algumas dicas importantes. Atente-se a estas dicas e em caso de emergência acione os Bombeiros através do número 193 ou procure o auxílio da Defesa Civil.
Antes das chuvas:
Faça limpeza dos telhados;
Desobstrua as calhas;
Mantenha limpos os ralos, esgotos, galerias, valas, etc;
Retire entulhos dos quintais, áreas, becos e ruas;
Providencie a poda ou corte de árvores com risco de queda;
Reforce (ou escore) muros e paredes pouco confiáveis.
Durante chuvas intensas:
Mantenha um membro da família atento e vigilante ao nível de subida das águas, mesmo a noite;
Tenha sempre lanternas e pilhas em condições de uso;
Armazene água potável;
Mantenha os objetos de maior valor em partes mais elevadas;
Desligue a energia elétrica;
Procure abrigo em local alto e seco.
Se estiver no carro:
Procure um local alto e espere o nível da água baixar;
Não pare o carro próximo de postes ou árvores;
Poças de água podem ocultar crateras;
Ao atravessar poças mantenha a aceleração contínua em primeira marcha;
Dirija devagar, fique longe do carro da frente e evite locais baixos;
Sob risco de inundações ou desabamento:
Nos casos de maior gravidade (havendo infiltração, rachadura ou barulhos estranhos) abandone sua residência;
Quem mora as margens de rios e próximo a encostas também deve sair de casa;
Procure manter a calma acima de tudo;
Providencie a evacuação do local e retirada de pessoas que ainda estão correndo risco;
Transmita alarme aos vizinhos em caso de súbita elevação das águas;
Na iminência de ser levado pelas águas, procure se agarrar em algum obstáculo ou flutuar.
Fonte: ACS CBM/MG

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Conama adia decisão sobre destinação de pneus velhos

Foi adiada para março de 2009 a decisão do Conselho Nacional do Meio Ambiente, Conama, que obriga o mercado a dar destinação ambientalmente adequada às 12 milhões de carcaças de pneus usados que o consumidor brasileiro utiliza anualmente. Um pedido de vistas da ONG Planeta Verde, para que as responsabilidades conjuntas possam ser melhor avaliadas, foi aprovado pelo órgão. Até lá, espera-se uma decisão que possa apertar o cerco à poluição representada pelo setor, já que a resolução tramita em regime de urgência e deverá ser incluída na pauta imediatamente posterior.
A decisão trata, além da deposição adequada, da quantidade e do destino dos pneus usados e, ainda, do papel de cada um dos envolvidos na cadeia produtiva. O prazo para que a ONG se manifeste é de 30 dias, mas pode ser adiado por mais 15, data próxima à da reunião ordinária do Conama.
Mas não é somente a destinação da produção nacional que preocupa o governo. Duas decisões, uma no Judiciário e outra na Organização Mundial do Comércio, estão sendo aguardadas ainda para este ano. Deve entrar na pauta do Supremo Tribunal Federal, antes do recesso forense, o julgamento de Argüição de Inconstitucionalidade (Adin) que pode pôr fim à guerra de liminares que hoje permitem a importação.
Apesar de proibida, esses fornecedores conseguem trazer pneus usados para o País graças a decisões favoráveis de alguns tribunais, sob o argumento de que estão destinando as carcaças a processos de reciclagem. Porém, no entendimento do Ministério do Meio Ambiente, deve ser aplicado aqui o critério que vale na Europa e outros países desenvolvidos, de que o lixo deve ser reprocessado próximo a sua origem.
Já na OMS, está prevista para a reunião do dia 17 análise de recurso dos exportadores de pneus velhos que argumentam quebra do princípio do livre comércio. O Brasil ganhou a primeira batalha no organismo multilateral que aceitou o argumento e agora aguarda o resultado final dos entendimentos, esperando que a decisão seja mantida e que a proibição seja estendida aos países do Mercosul.
Planos de manejo florestal - O Conama aprovou nesta quarta-feira resolução que disciplina os planos de manejo florestais. A partir de agora, órgãos ambientais federais, estaduais e municipais terão critérios técnicos bem definidos para apresentar e avaliar a sustentabilidade na exploração econômica de florestas. A decisão deixa claras as exigências e facilita o processo de fiscalização, contribuindo para coibir os crimes ambientais relacionados à extração de madeira da Amazônia Além disso, é um passo fundamental para que se estabeleçam regras destinadas à exigência de certificação.
Até agora, os estados analisavam os planos de manejo de acordo com critérios que eles estabeleciam. Não havia parâmetros federais o que dificultava a implementação e o controle das matas de forma a assegurar que a atividade econômica madeireira ocorra de forma sustentável.
Fonte: Inteligencia Ambiental

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Portaria altera o Quadro I da NR 4

PORTARIA SIT Nº 76, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2008

A SECRETÁRIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO e a DIRETORA DO DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o disposto no artigo 200 da Consolidação das Leis do Trabalho e no artigo 2º da Portaria n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, resolvem:

Art. 1º Alterar o Quadro I da Norma Regulamentadora n.º 4, aprovada pela Portaria MTb n.º 3.214, de 8 de junho de 1978, que passa a vigorar de acordo com o estabelecido no Anexo desta Portaria.

Art. 2º Revoga-se a Portaria DSST nº 4, de 8 de outubro de 1991 e a Portaria SSST nº 1, de 12 de maio de 1995.

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação.

RUTH BEATRIZ VASCONCELOS VILELA - Secretária de Inspeção do Trabalho
JÚNIA MARIA DE ALMEIDA BARRETO - Diretora do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

ANEXO
QUADRO I

Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE (Versão 2.0)*, com correspondente Grau de Risco - GR para fins de dimensionamento do SESMT
Fonte: D.O.U.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Estresse aumenta no fim do ano e afeta a saúde física e mental do trabalhador

Crise, Dívidas, sobrecarga de trabalho, compras de Natal, trânsito e festas fazem do final de ano um período agitado para todo trabalhador brasileiro. Em função da relevância do tema para a saúde do trabalhador, a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) conta com um grupo de especialistas voltados para a discussão do assunto. Trata-se da Comissão Técnica Saúde Mental no Trabalho, que tem como coordenador o psiquiatra e médico do trabalho Dr. Duílio Camargo.

De acordo com o Dr. Duílio, inúmeras publicações científicas já comprovaram que o estresse ocupacional pode abalar a saúde física e mental do trabalhador. “Os grupos que sofrem muita pressão de desempenho e que precisam cumprir altas metas de produtividade são os que mais estão em risco”, alertou o médico.

Segundo uma pesquisa realizada em São Paulo e Porto Alegre com 678 homens e mulheres de 25 a 55 anos, o nível de estresse do brasileiro aumenta 75% no mês de dezembro. O estudo foi coordenado pela psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma-BR (International Stress Management Association – Brasil), associação voltada para o estudo do estresse.

Os resultados da pesquisa mostraram que para 60% dos entrevistados o estresse é causado pelo excesso de trabalho. Já para 25%, os gastos adicionais com presentes e festas são os fatores responsáveis pela tensão elevada. “O final do ano é uma época mais emocional. No período de Natal, as pessoas contabilizam suas perdas, angústias e culpas. Já o ano novo é uma fase mais positiva, mas, em contrapartida, coloca muitas pessoas em situação de cobrança, pressionadas a terminar projetos assumidos durante o ano inteiro. “Nem todo mundo reage de uma forma negativa, mas com certeza é o período mais difícil do ano, explicou a Dra. Ana Maria. A psicóloga disse ainda que o estresse pode se manifestar com sintomas físicos (dores musculares, alterações gastrintestinais e aumento da pressão arterial), emocionais (ansiedade, angústia e preocupação) e comportamentais (uso excessivo de álcool, tabaco e ataques à geladeira).
Aliado a todos esses fatores, o final do ano de 2008 também contou com outro grande problema: a crise econômica internacional. A falta de controle sobre o futuro fez crescer a epidemia de estresse que normalmente se abate sobre os profissionais neste período. Os trabalhadores estão sofrendo um impacto psicológico e emocional muito grande, exacerbado pela crise financeira e todas as demissões, desemprego e fechamento de empresas que contribuem para isso.
Mas o Dr. Duílio lembra que é possível prevenir essa doença e revela seus conselhos para reverter o cenário de estresse e ansiedade. Ele diz que, no caso das empresas, elas podem adotar programas de prevenção do estresse ocupacional. Já o trabalhador deve melhorar sua qualidade de vida através de práticas saudáveis no seu dia-a-dia, como praticar esporte e reservar algumas horas para o lazer.
Fonte: Cajá

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Paraná e São Paulo vão compartilhar ações para preservar meio ambiente

Os governos do Paraná e de São Paulo assinaram, na última quinta-feira (11), em Curitiba, protocolo de intenções para troca de experiências nas áreas de saneamento básico, meio ambiente, desenvolvimento urbano e habitação. Um dos principais objetivos será compartilhar metodologia, legislação e políticas públicas, para proteger os mananciais destinados ao abastecimento público.

O documento foi firmado durante o seminário "Educação em saneamento", realizado pela Sanepar e Caixa Econômica Federal. Representando o governo paulista, o secretário estadual da Habitação, Lair Alberto Soares Krahembuhl, disse ter admiração pelo trabalho que executam instituições como a Sanepar e a Cohapar no Paraná e ressaltou que uma das principais conquistas de São Paulo na questão ambiental foi a redução de prazos para aprovação de licenciamentos. "Anteriormente, os processos demoravam um ano e meio, hoje são aprovados em 30 e 58 dias, respectivamente, conforme solicitação, da área pública ou privada."

O secretário paranaense do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, disse que o acordo possibilitará conhecer os avanços obtidos por São Paulo, ao mesmo tempo em que oferecerá àquele Estado informações sobre os projetos que foram bem sucedidos no Paraná. "Vamos avançar na política que assegura espaços que combinam desenvolvimento e geração de novas oportunidades com o respeito ao meio ambiente", explicou.

Para o presidente da Sanepar, Stênio Sales Jacob, a parceria pode fazer com que novos avanços sejam obtidos. "Precisamos de agilidade e o exemplo tem que partir do poder público. Ninguém precisa inventar a roda se ela já foi inventada. Com a experiência de São Paulo temos muito a ganhar", disse Stênio, defendendo a necessidade de uma integração entre os governos como forma de atender às crescentes demandas da população.
Fonte: Parana On Line

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Empresas terão que implementar perfurocortantes com dispositivo de segurança

O Ministério do Trabalho e Emprego publicou, no último dia 19 de novembro, o cronograma para implementação de perfurocortantes com dispositivo de segurança, previsto no item 32.2.4.16 da Norma Regulamentadora 32 (NR-32).

A Portaria GM nº 939, de 18 de novembro de 2008, institui, a partir da data da publicação, prazo de seis meses para divulgação e treinamento, e mais dezoito meses, após este prazo, para implementação e adaptação de mercado. Os empregadores têm, portanto, vinte e quatro meses, a contar a partir de19 de novembro de 2008, para substituir seus materiais perfurocortantes.

A mesma portaria aprova e acrescenta dois subitens à NR-32, que passam a vigorar de acordo com os prazos do cronograma. São eles:

"32.2.4.16.1 – As empresas que produzem ou comercializam materiais perfurocortantes devem disponibilizar, para os trabalhadores dos serviços de saúde, capacitação sobre a correta utilização do dispositivo de segurança;

32.2.4.16.2 – O empregador deve assegurar, aos trabalhadores dos serviços de saúde, a capacitação prevista no subitem 32.2.4.16.1."
A NR-32, publicada em 16 de novembro de 2005, através da Portaria GM nº 485, de 11 de novembro de 2005, foi pensada e elaborada para proteger a integridade física dos profissionais que trabalham em serviços de saúde.
Fonte: Conselho Federal de Enfermagem

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Empregador negligente responde por danos estéticos causados por explosão de panela de pressão.

A Turma Recursal de Juiz de Fora decidiu, por unanimidade, manter a sentença que concedeu indenização por danos morais e estéticos à reclamante, que sofreu acidente de trabalho em razão da explosão de panela de pressão quando preparava refeições para os empregados da reclamada.

No caso, o juiz sentenciante atribuiu a culpa pelo acidente a ambas as partes. Por um lado, ficou caracterizada a culpa da reclamada pelo fato de não ter substituído a panela de pressão utilizada pela reclamante.

A panela era antiga, estava com defeito e não possuía os dispositivos de segurança imprescindíveis, já presentes nas panelas de pressão modernas. Assim, por ter negligenciado a segurança da sua empregada, a ré atraiu para si a obrigação de indenizar.

Por outro lado, no entender do juiz de 1º Grau, ficou evidenciada também a culpa da reclamante, pois o laudo pericial demonstrou que ocorreu a obstrução dos pinos de saída do vapor, que estavam sujos de gordura. Se a reclamante tivesse o cuidado de observar esses detalhes, teria evitado o acidente.

Mas, para o relator do recurso, juiz convocado Fernando Antônio Viegas Peixoto, somente a reclamada foi negligente. Não houve culpa concorrente da reclamante, pois não incumbe à cozinheira a responsabilidade pela limpeza dos utensílios por ela utilizados.

Além disso, a causa da explosão da panela de pressão decorreu do desgaste do utensílio. “Não se pode olvidar que o empregador, ao celebrar com seu empregado um contrato de trabalho, obriga-se a dar a ele condições plenas de exercer bem suas atividades, especialmente no que diz respeito à segurança, salubridade, higiene e conforto mínimos, sob pena de responsabilizar-se pelas lesões e prejuízos causados” – concluiu o relator.

Assim, considerando a culpa da ré pelo descumprimento de obrigações essenciais no controle da exposição de sua empregada aos riscos inerentes ao exercício de sua atividade, a Turma elevou para R$8.000,00 o valor da indenização por danos morais e estéticos deferida em 1º Grau.
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho 3ª Região Minas Gerais

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Como não pagar mico nas festas de fim de ano

É nas festas de final de ano das empresas que muitas situações embaraçosas acontecem. Os mais jovens e os recém-contratados correm os maiores riscos, já que ainda têm pouca informação sobre a cultura da empresa. Mas como se comportar sem se preocupar com o “day after”?

A consultora de imagem Sabina Donadelli dá algumas dicas:

- Procure chegar no horário marcado para o início da festa. Os famosos quinze minutos de tolerância são permitidos, mas não vá muito além, Os atrasos deixam os organizadores ansiosos e são sinais de pouco caso. Pior ainda se você é o chefe da equipe;

- Na hora de comer seja discreta (o). Espere as pessoas hierarquicamente superiores servirem-se primeiro;
- Seja agradável e procure falar de amenidades. Falar mal de chefes e colegas, bem como criticar a organização nesta circunstância, é expressamente proibido (a menos que você já não se importe mais se vai ou não permanecer na empresa);

- Evite contar estórias catastróficas e ficar falando de doenças. Em dias de festa as pessoas não querem falar destes assuntos e você poderá se tornar desagradável;

- Se você não é acostumada (o) a tomar bebida alcoólica, não vá escolher justamente a festa de fim de ano da empresa para experimentar. Isto poderá lhe render uma bruta ressaca psicológica (que é pior que a ressaca da bebida!);

- Cuidado com a roupa! Mesmo que aquele colega maravilhoso que você paquerou o ano inteiro for presença confirmada, lembre-se que todos os chefes, diretores e colegas também estarão por lá. Procure um visual alegre e principalmente que valorize seu estilo, mas que seja também adequado na cor, comprimento, transparência etc;

- Festas de final de ano são sempre uma ótima oportunidade pra você melhorar seu network. Não perca esta chance comportando-se como se estivesse na última festa da sua vida. Mesmo sendo dia de festa você está no ambiente do seu trabalho.
Site: www.sabinadonadelli.com.br

Extra é condenado a pagar R$ 1 milhão por realizar revistas nos empregados.

A decisão do juiz Francisco Luciano de Azevedo Frota, titular da 3ª Vara do Trabalho, proíbe a Companhia Brasileira de Distribuição (Extra) de realizar revistas pessoais em seus empregados, em todo o território nacional. A empresa foi condenada por danos morais coletivos no valor de R$ 1 milhão.

A ação foi movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) que constatou que todos os empregados eram revistados, incluindo bolsas, sacolas, mochilas e outros pertences. O MPT propôs um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o Extra, que não concordou com a proposta, alegando que as revistas eram feitas ao ar livre e restritas aos pertences dos empregados. Segundo a defesa do hipermercado, eles conhecem as regras e a revista está prevista em convenção coletiva da categoria.

O juiz Francisco Luciano discorda do argumento e afirma que a revista do trabalhador, seja íntima, ou aquela que envolve apenas objetos pessoais dos empregados, "além de impor o constrangimento da desconfiança, não se relaciona com a ética contratual estabelecida nas relações de emprego, ofendendo o princípio da presunção de inocência", que é uma garantia constitucional.

Na decisão, o juiz explica que é assegurado ao empregador determinados poderes que podem ser exercidos no contexto da relação de trabalho, que são os poderes diretivo, regulamentar, disciplinar e fiscalizador, porém, "o exercício desse direito precisa respeitar determinados limites, principalmente aqueles que demarcam a esfera das garantias individuais". Segundo ele, "a dignidade da pessoa humana constitui a pedra angular do nosso Estado Democrático de Direito", o que estava sendo desrespeitado pelo empregador.

A decisão destaca que existem câmeras de fiscalização no local, e não se justifica um procedimento de revista somente para os empregados.

Francisco Luciano considerou que houve um excesso do empregador no uso de seu poder diretivo, determinando que o Extra interrompa imediatamente a prática de revistas pessoais dos empregados, em todos os seus estabelecimentos dentro do território nacional. No caso de descumprimento, o Extra será multado em R$ 10 mil por dia.

O juiz levou em conta a dimensão e importância econômica do Extra, que tem milhares de trabalhadores em seus quadros de pessoal, para condenar a empresa a pagar ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o valor de R$ 1 milhão, relativo à indenização por danos morais coletivos. Ainda cabe recurso à decisão.
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho 10ª Região Brasília

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Doenças são nova ameaça em Santa Catarina

Alagamentos e destroços acumulados espalham o perigo da proliferação de vírus e bactérias. É mais um flagelo para a população de Santa Catarina que vive dias de desespero.

Do alto, um quadro de destruição. De perto, um cenário de guerra, devastado. Um vale inteiro ainda submerso, escombros em encostas, ruínas nas poucas faixas de asfalto visíveis. Em cenas de desespero, a população persegue as sobras de supermercados e lojas destruídas. Os restos de uma região que enfrenta uma tragédia.

Mais de perto ainda, no rosto das pessoas, a dor das famílias, o choro de gente desalojada e a solidariedade que, mesmo assim, a população castigada consegue mostrar.

No Quarte General (QG) do Corpo de Bombeiros, em Florianópolis, onde se concentra a estratégia de salvamento, os trabalhos foram intensos durante todos estes dias.
Há redução no número de desaparecidos: 19. Os mortos chegam a 100.
Além da chuva da madrugada, um novo perigo ronda Santa Catarina: as doenças.
A diretora da Vigilância Sanitária de Santa Catarina, Raquel Bittencourt, fala sobre essa nova ameaça.

Quais são as maiores preocupações?

Nossa preocupação principal é com a leptospirose, uma doença que, após contato com lama ou água com urina de ratos, pode se manifestar de um a 30 dias depois. Após as águas baixarem, ficamos em alerta até 40 dias depois. Estamos com um trabalho intenso com a população.

A que sintomas é preciso ficar atento?

Febre, frios, dor de cabeça, dores musculares. Se sentirem esses sintomas, as pessoas devem procurar o posto médico mais próximo para iniciar tratamento.
Fonte: Bom dia Brasil

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Estouro de garrafa gera condenação por dano

Garçom com vista atingida por estouro de garrafa tem direito a indenização.
A Companhia de Bebidas das Américas (Ambev) interpôs, quinta-feira (13), recurso ordinário da sentença que a condenou em ação trabalhista de um garçom. O processo foi julgado pelo juiz Daniel Lisboa, da Vara do Trabalho de Mafra.
A empresa é ré nos autos junto com o espólio do patrão do autor, ex-proprietário de restaurante. O acidente aconteceu quando o garçom fazia a reposição de garrafas de cervejas no refrigerador. Uma delas estourou e os estilhaços de vidro atingiram seu olho direito. Segundo uma das testemunhas, a garrafa que causou o acidente era da marca fornecida pela Ambev.
O acidente aconteceu em 1996, mas a ação só foi ajuizada 10 anos depois. Em junho de 2007, a sentença do mesmo juiz aplicou o prazo prescricional do direito de três anos e declarou extinto o processo. O autor recorreu, então, ao Tribunal Regional do Trabalho/SC.
No segundo grau, os magistrados deram provimento ao recurso. Eles entenderam que o prazo de prescrição deveria ser o de 20 anos para ações impetradas sob o abrigo do Código Civil de 1916 (art. 177) e de 10 anos para as ocorridas a partir de 11/01/2003 (CC de 2002, art. 205).
Garçom perdeu 30% da visão e sofreu dano estético.
A ação retornou à Vara do Trabalho de Mafra para prosseguimento. Foi determinada a perícia médica, solicitada pela Ambev, que concluiu no laudo uma perda de 30% na visão direita, e por isso uma incapacidade laboral parcial permanente.
Por meio de uma avaliação personalizada, o perito quantificou o dano estético como de dois graus, para uma escala progressiva de sete.
O juiz Daniel Lisboa condenou os réus ao pagamento de pensão mensal no importe de 30% do salário mínimo desde a data do acidente, corrigida monetariamente, e até que o autor complete 65 anos, incluindo os valores de férias e 13º salário. O valor indenizatório referente aos danos moral e estético foi de R$ 25 mil.
Para condenar subsidiariamente a Ambev, o juízo utilizou a legislação relativa à proteção do consumidor, tão hipossuficiente quanto o empregado. Levou em consideração que se a garrafa tivesse estourado e atingido um cliente do restaurante, haveria a responsabilidade da fornecedora.
O representante do espólio não entrou com recurso no prazo. Em audiência, ele já tinha alegado que os herdeiros são todos assalariados e o único patrimônio deixado é a residência da viúva.
Fonte: TRT - 12a Região

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Metade dos operários da construção de SP tem parasitas

Mais da metade (54,7%) dos trabalhadores da construção civil do Estado de São Paulo tem resultado positivo em exames parasitológicos. Desses profissionais, 50,4% apresentam protozoários, e 11,3%, helmintos (vermes).
Os números constam do "Manual de Segurança e Saúde no Trabalho: Indústria da Construção Civil - Edificações", que foi lançado na segunda-feira, 1º de dezembro, na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Além de doenças relacionadas à higiene e ao contato com água contaminada, há também problemas auditivos entre os 2.428 trabalhadores que responderam à pesquisa em 41 canteiros de obras da Grande São Paulo, da Baixada Santista e do Vale do Paraíba.
Cerca de um terço (33,4%) apresenta perda auditiva relacionada ao trabalho. Um quinto (24,3%) sofre com irritação a sons intensos e 11,5% têm dor de ouvido.

Dores
O carpinteiro Geraldo Alves Teixeira, 54, está entre os 75% de sua categoria que apresentam dores lombares.
Para Augusto Dourado, um dos organizadores da pesquisa, os carpinteiros são os mais "prejudicados". Além de nas costas, 83,3% desses profissionais afirmam sentir dores nos braços e nas pernas.Para Haruo Ishikawa, um dos vice-presidentes do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), os exames parasitológicos positivos estão mais associados à higiene dos trabalhadores do que às condições do canteiro de obras.
"Os médicos têm orientado em relação ao banho e às necessidades fisiológicas -lavar as mãos, por exemplo", afirma.
Sumiu Egawa, médico do Sintraconsp (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo), confirma que algumas doenças estão associadas ao lugar de origem e à moradia dos trabalhadores, mas ressalta que o contato com a água nos canteiros também é uma causa importante.
O Superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego, Antônio Pereira afirma que os números são "graves" e estão associados "também à falta de planejamento das empresas".
Dados
33,4% têm perda de audição devido ao trabalho; carpinteiros (29,7%) e pedreiros (24%) são os mais afetados;

24,3% mostram-se irritados com sons intensos, 11,5% relatam dores de ouvido e 43,2% perda de equilíbrio;

54,7% apresentam parasitas, sendo que 17% possuem dois, e 6,3%, três ou mais; 1,4% tem esquistossomose;

43,4% precisam de correção médica para aliviar dores tão logo possível, e 25,5%, imediatamente;

50% nunca ou raramente percebem situações perigosas durante as fases de fundação e de acabamento;

38,6% percebem a periculosidade sempre ou com freqüência na fase de estrutura e alvenaria da obra.
Fonte: Folha de S. Paulo

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Programa Cidadão Bombeiro

“A PROTEÇÃO DA VIDA COMO UM EXERCÍCIO DE CIDADANIA”

Buscando disseminar a prevenção de acidentes e proporcionar uma melhor qualidade de vida à comunidade, o Corpo de Bombeiros de Marília e Região desenvolve, gratuitamente, palestras básicas envolvendo assuntos de bombeiros, tais como: pronto-socorrismo, acidentes no lar, procedimentos no caso de queimaduras, prevenção de acidentes envolvendo motociclista, regularização de edificações (obtenção do Auto de Vistoria do CB), dentre outros.
As palestras são realizadas, semestralmente, no auditório do 10º Grupamento de Bombeiros, situado à Av. Nelson Spielmann, 1219, 1º andar, Centro, Marília/SP.
As vagas são limitadas e poderá haver a emissão de certificados aos participantes, mediante um ato de civismo/cidadania, como por exemplo: doação de sangue, doação de medula, atividades filantrópicas, conforme consenso entre os participantes.
Participem.
PARTICIPEM TAMBÉM DA COMUNIDADE NO ORKUT DO "PROGRAMA CIDADÃO BOMBEIRO".

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

27 de Novembro - Dia Nacional do Profissional de Segurança do Trabalho


Hoje é o dia do Profissional de Segurança do Trabalho.

O anjo da guarda do trabalhador, aquele que tem um papel fundamental no piso de fábrica, mas nem sempre é reconhecido pelo empregador e pelos colaboradores.

Muitas vezes são taxados pelos colaboradores: como o profissional chato, que só pega no pé, o que veio para prejudicar e atrapalhar o serviço e pelo empregador como o inventor de moda, que isso não acontece aqui, lavem despesa, etc.., ninguém vê que ele sai de casa com um único objetivo, "Que todos os seus colaboradores voltem para suas casas, inteiros, sem nenhum acidente ou incedente.

São apenas lembrado na hora do acidente, do incidente, no principio de incêndio, etc... e sempre vem com aquelas famosas perguntas "Como você não viu essa situação? O que você deixou de fazer para evitar isso?"

Mas, apesar de todos os problemas que enfrentamos, a falta de apoio que recebemos em muitas empresas, a falta de gratidão... essa é uma profissão MARAVILHOSA, e com certeza todos nós temos muito orgulho de ser PROFISSIONAL DA ÁREA DE SEGURANÇA DO TRABALHO.

Parabéns a todos, e que DEUS continue iluminando a nossa vida, sempre renovando a nossas forças e nossa sabedoria para que possamos continuar sendo ótimos profissionais.
JEFFERSON

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Aprovado projeto que obriga empresa a fornecer bloqueador solar a quem trabalha ao sol.

O Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (14) projeto que inclui o protetor, o bloqueador ou o filtro solar entre os equipamentos e produtos de proteção dos trabalhadores, desde que eles exerçam suas atividades ao sol (PLC 111/05). O Ministério do Trabalho terá de incluir tais produtos na legislação de proteção aos trabalhadores.

O projeto obriga ainda o Sistema Único de Saúde (SUS) a distribuir gratuitamente protetor solar aos pacientes acometidos de doenças causadas ou agravadas pelo sol, como câncer de pele.
Os senadores aprovaram um substitutivo que o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) apresentou a um projeto oriundo da Câmara dos Deputados, proposto pela ex-deputada Laura Carneiro. A proposta ainda será submetida a uma votação suplementar e depois seguirá para exame dos deputados, pois o projeto original recebeu alterações.

O projeto substitutivo institui a Campanha Nacional de Prevenção da Exposição Indevida ao Sol, obrigando o governo a veicular todo ano, nos meios de comunicação, uma campanha durante as férias escolares abordando o assunto. Determina ainda que os fabricantes de "embalagens ou etiquetas de produtos associados à exposição ao sol" coloquem advertências sobre a exposição indevida ao sol.
Mais: nas campanhas publicitárias desses produtos, as empresas incluirão advertências sobre os malefícios da exposição indevida ao sol.
O projeto original previa que o SUS teria de distribuir protetores solares a quem trabalha ao sol, mas o senador Papaléo Paes concluiu durante a discussão da matéria que isso seria praticamente inviável. Assim, a exigência do protetor será limitada a quem teve ou enfrenta doença causada ou agravada pelo sol.
Já as empresas terão de fornecer o produto aos seus empregados junto com os equipamentos de proteção dos trabalhadores.

Aumentam casos de depressão decorrente do trabalho, diz governo

Levantamento feito pela Previdência Social entre 2006 e 2008 aponta um aumento nos casos de depressão decorrentes das condições de trabalho. O crescimento foi superior ao registrado de doenças na coluna e articulações. No mesmo período, caiu o número de acidentes de trabalho envolvendo lesões e traumatismos em geral.
Os casos de depressão e demais transtornos mentais e de comportamento aumentaram de 0,4% para 3% sua participação no volume total de auxílios-doença pagos na categoria de "acidentes de trabalho". Esse aumento só não superou o registrado no grupo dos tumores.
A classificação de uma doença como acidente de trabalho cabe ao médico perito e impõe ônus aos empregadores, como a garantia de estabilidade por 12 meses, depois de o trabalhador se recuperar. A Previdência paga aos afastados por mais de 15 dias benefício mensal entre um salário mínimo (R$ 415) e o teto de R$ 3.038,49.
Remigio Todeschini, diretor do departamento de saúde e segurança ocupacional da Previdência, avalia que havia subnotificação dos casos de depressão classificados como acidentes de trabalho. Projeção feita em 2000 pela Organização Mundial da Saúde indica que casos de transtornos depressivos vão mais do que dobrar no período de 20 anos.
Regras
No início de 2007, um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou a metodologia adotada pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para classificar doenças do trabalho e instituiu o NTEP (Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário), que cruza a classificação internacional de doenças com a incidência delas.
Os peritos usam a listagem para apontar relações entre a doença e a atividade. Desde a mudança, mais do que dobrou o número de casos classificados como acidentes de trabalho.
Entre os fatores de risco de transtornos mentais, o decreto lista a exposição a substâncias tóxicas e situações como ameaça de perda de emprego e ritmo de trabalho penoso.
O decreto permite às empresas contestar o vínculo entre a doença e o trabalho -por ora, não há recursos.
O decreto também lista 78 atividades que imporiam mais risco. Segundo o professor da UnB e consultor do Ministério da Previdência, Wanderley Codo, os mais suscetíveis são bancários, professores e policiais.
Fonte: Folha de São Paulo

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Comissão define combate a acidentes no transporte e na construção.

A Comissão Tripartite de Saúde Segurança no Trabalho se reúne nesta segunda-feira (24), na cidade de São Paulo, para discutir ações e iniciativas que serão tomadas para combater os acidentes e doenças do trabalho nos setores do transporte rodoviário de carga e da indústria da construção.


O objetivo dessa reunião da comissão - composta por representantes dos ministérios da Previdência Social, da Saúde e do Trabalho e Emprego e dos trabalhadores e empresários - é apresentar, ao final do encontro, um plano de trabalho com as principais diretrizes, metas e linhas de ação para o combate às doenças e acidentes do trabalho nesses dois setores econômicos.


O trabalho da comissão está sendo feito com base nas informações do Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho de 2006, elaborado pelos ministérios da Previdência Social e do Trabalho e Emprego.

A decisão da comissão em começar o trabalho de prevenção pelos setores da construção - edificações, obras viárias e construções de estações e redes de distribuição de energia elétrica – e do transporte rodoviário de cargas tem uma razão muito forte: juntos, os dois segmentos são responsáveis por 28% da mortalidade no país e 18% de incapacidades permanentes para o trabalho.

O diretor do Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência Social, Remigio Todeschini, diz que está otimista com o trabalho da comissão. “Reunir representantes dos trabalhadores e empresários para discutir, com o governo, meios de se ampliar ações e políticas no campo da prevenção acidentária, capacitação e vigilância sanitária é uma vitória de toda a sociedade brasileira”.

Ele também faz questão de frisar que é a primeira vez que trabalhadores e empregadores sentam juntos para definir, de fato, um plano de trabalho na área de Saúde e Segurança do Trabalho.

Convenção da OIT - A criação da Comissão Tripartite de Saúde e Segurança no Trabalho significa um passo importante ao processo de ratificação da Convenção 187, da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Esse reconhecimento foi respaldado em reunião da Comissão Americana de Prevenção de Riscos no Trabalho, na 24ª Assembléia Geral da Conferência Interamericana de Seguridade Social (CISS), realizada no início deste mês em Salvador.

Na comissão, os empresários são representados pelas confederações nacionais do Comércio, Indústria, Agricultura e Pecuária, Transporte e Instituições Financeiras. Os trabalhadores participam com representações da Central Única dos Trabalhadores, da Força Sindical, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, da União Geral dos Trabalhadores e da Nova Central Sindical dos Trabalhadores.

A comissão foi criada em maio, pelos ministros da Previdência Social, da Saúde e do Trabalho e Emprego, com três objetivos: revisar e ampliar a proposta da Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador; propor o aperfeiçoamento do Sistema Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho e elaborar o Programa Nacional de Saúde e Segurança do Trabalho. Esta será a segunda reunião de trabalho da comissão. A primeira aconteceu no final de setembro, em Brasília.

Fonte: Ministério da Previdência Social

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Área está contaminada por benzeno em São Bernardo

Parecer técnico da Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental) aponta que cerca de 800 famílias do Jardim das Oliveiras, em São Bernardo, devem deixar o local onde moram por estarem em cima de um antigo lixão contaminado por benzeno, substância cancerígena encontrada em quantidade 196 vezes maior do que a permitida. A exposição a que estão sujeitas as famílias faz com que o Ministério Público peça a remoção dos moradores.
A pedido do MP, a avaliação da Cetesb aponta que uma amostra da substância colhida no Jardim das Oliveiras 3 - um dos loteamentos da área - registrou concentração de 353 miligramas por quilo, quando as normas admitem para ambientes abertos a concentração de 1,81 miligramas por quilo.

Uma ação judicial se arrasta desde 1995 sem que haja uma decisão concreta pela remoção das famílias seja da Prefeitura, Cetesb ou MP. A análise elaborada pela Cetesb foi realizada tendo como base relatórios do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), contratado pela Prefeitura. A Cetesb classificou a situação a que estão submetidos os moradores como de risco inaceitável.

O benzeno e outros resíduos prejudiciais estão concentrados em maior parte na quadra C, entre as ruas Porto Seguro e Leonino Pessoa, porém, as cerca de 3.000 pessoas que moram no Jardim das Oliveiras podem estar expostas ao problema. "Esse risco não está só delimitado nesse loteamento porque todos estão encostados uns aos outros. Existe uma séria possibilidade de que outras regiões também estejam contaminadas porque os resíduos atingiram o lençol freático", afirmou a promotora Rosangela Staurenghi.

O diretor do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica) do Hospital das Clínicas, Anthony Wong, vê os valores de contaminação indicados pela Cetesb como preocupantes.

O benzeno é apontado por Wong como substância com enorme restrição no mundo inteiro, pois provoca a diminuição da produção de leucócitos, glóbulos vermelhos e plaquetas, podendo causar aplasia medular. A presença elevada de benzeno no ambiente pode provocar problemas imunológicos graves, falhas na coagulação e até mesmo leucemia.
Fonte: diario do ABC

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A rotina de equipes do Corpo de Bombeiros

Na última sexta-feira, 14, o alarme do posto Butantã do 4º Grupamento dos Bombeiros de São Paulo tocou, anunciando mais uma ocorrência a ser atendida. Rapidamente, o sargento Carlos Alberto Brasil, de 44 anos, foi até a sala de radiocomunicação se interar sobre a ocorrência. Em minutos, um caminhão da corporação cortava as ruas e avenidas do bairro com as sirenes ligadas.

Naquele dia, o jornalista acompanhou de perto a rotina no quartel. Nas oito horas em que a reportagem passou no posto, os bombeiros atenderam duas ocorrências: uma queda de moto e um resgate de vítima presa em ferragens.

O primeiro acidente ocorreu às 17h40, no km 13 da Rodovia Raposo Tavares, a menos de 1 km do quartel. Para chegar até o posto Butantã, a informação trilhou um caminho padrão para toda ocorrência. “Primeiro, o solicitante liga 193. Sua ligação cai no Cobom (Centro de Operações dos Bombeiros). Lá, o operador vai triar a ocorrência, de acordo com a área e o tipo”, disse a sargento Priscila Mayume Oyama Ricardo, de 27 anos.

Ao verificar que a queda de moto ocorreu na região do Butantã, o Cobom entrou em contato com o setor de comunicações do quartel. Quem recebeu a ocorrência foi o soldado Clovis Rodrigues, de 40 anos. “Aciono o tipo de veículo a ser utilizado e passo a informação sobre o tipo de ocorrência para os outros bombeiros”, disse.

Com os dados da ocorrência em mãos, o sargento Brasil seguiu com mais dois bombeiros, a bordo de um caminhão, até ao local do acidente. Em menos de cinco minutos, o veículo vermelho e com as sirenes ligadas já emparelhava com duas motos caídas na Rodovia Raposo Tavares.
Em meio à rodovia, os bombeiros deslocaram as motos para a faixa da direita da pista. As vítimas, que sofreram escoriações leves, também foram atendidas naquela faixa. Com fortes dores nas costas, um dos motoqueiros foi imobilizado. “Estabilizamos a vitima até a chegada de uma viatura do resgate”, disse o sargento.
Casos de atropelamento e acidentes de trânsito cujas vítimas não ficam presas em ferragens são atendidos geralmente por vans do resgate. Nesta ocorrência, porém, foi utilizado um caminhão modelo auto-bomba, de combate a incêndios, pois o veículo de resgate do posto Butantã estava atuando em outro acidente. “A prioridade é o atendimento à vitima”, disse o soldado Rodrigues.

Com a chegada do resgate de outro posto, a vítima foi encaminhada a um pronto-socorro da região. Durante o atendimento ao motoqueiro, os bombeiros entraram em contato com o Cobom informando os tipos de ferimentos que ele sofreu. “Na central, temos um médico controlador que, com base nos ferimentos da vítima, a encaminha para o hospital mais próximo da região que seja apto a atender o tipo da ocorrência”, disse a sargento Priscila.

Um casal que estava na outra moto envolvida no acidente sofreu apenas arranhões nos braços e nos pés. Com o fim do atendimento, o tráfego voltou ao normal e o caminhão retornou ao posto.
Nível três

Uma hora após essa ocorrência, a reportagem foi conversar com o sargento Brasil. A entrevista, porém, teve de ser interrompida devido a um novo acidente. “É código três”, disse o bombeiro.
Dividido em três níveis, as ocorrências são classificadas por códigos, que irão definir a forma como o veículo da corporação irá trafegar. No código um, o caminhão ou a van do resgate trafega como um carro normal, sem sirene. No código dois, apenas os sinais luminosos são ligados. No código três, a sirene, emitindo som e luz, é acionada.

No caso relatado acima, o caminhão auto-bomba saiu do posto com a sirene em alto e bom som para atender um acidente em que uma vítima ficou presa nas ferragens. Na Rua Padre Jorge Benci, no Jardim João XXIII, um homem aparentemente alcoolizado perdeu o controle de seu veículo, um Palio, e se chocou contra um poste. Pela violência da batida, a porta da esquerda ficou amassada e a direção se deslocou para a frente, impossibilitando sua saída.

Às 18h45, em pleno horário de pico, os bombeiros enfrentaram um de seus maiores inimigos: o trânsito. Segundo o cabo Sérgio Rogério dos Santos, de 35 anos, ele é uma das maiores causas de estresse no dia-a-dia. “O trânsito, o atendimento, a necessidade de não se envolver emocionalmente na ocorrência, isso tudo pode afetar a pessoa com o passar dos anos”, disse.

Contando com a colaboração dos outros motoristas, o caminhão de bombeiros conseguiu abrir caminho e chegar ao local da ocorrência apenas 20 minutos após o recebimento da ocorrência.
“Quando chegamos lá, encontramos dois carros: um do resgate e outro do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência]”, disse o sargento Brasil. “Como não tinham equipamento para a retirada da vítima, nos chamaram com o auto-bomba”, acrescentou.

Isolar área

A área estava lotada de curiosos. O cabo Santos, piloto da van de emergência, se ocupava com a retirada das pessoas do local, para facilitar o trabalho dos colegas. “Como motorista, me preocupo em sinalizar a viatura, sinalizar os veículos envolvidos para que se mantenha uma distância de segurança, e afastar o público. Feito isso, coloco as luvas para auxiliar no socorro.”
Com a área isolada, a equipe de Brasil iniciou o trabalho de retirada da vítima. Para desbloquear a porta, foi utilizada uma espécie de alavanca hidráulica. Sem esforço, a porta se abriu e os bombeiros iniciaram a imobilização do homem.

Dentro da van de emergência, ele foi medicado e encaminhado a um pronto-socorro. “Inicialmente, o levaríamos ao Hospital Universitário, que é público. O homem disse que tinha convênio e, por isso, foi levado ao Hospital Itamaraty, que é particular”, afirmou Brasil.
Conforme o cabo Santos, é comum as vítimas serem questionadas se têm plano de saúde. “Dessa forma, desafogamos o serviço público”, disse. Com a transferência da vítima, o caminhão com a equipe de Brasil retornou ao posto.
Chegando ao quartel, Brasil foi jantar. Eram 20h30 quando ele se despediu da reportagem. Apesar de ter entrado em serviço às 7h30, seu turno estava longe de terminar. “Trabalhamos 24 horas e temos descanso de 48 horas”, disse.
Questionado sobre a correria de seu dia-a-dia, da luta constante contra o tempo, afirmou: “Assim é a nossa rotina. Eu gosto do que faço”, finalizou, sorrindo.
Fonte: G1

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

MTE e SRTE/PR lançam cartilha ilustrada por Ziraldo

O Ministério do Trabalho e Emprego lançou na segunda-feira, 17, as cartilhas de combate ao trabalho infantil: "Viva o Trabalho" e "Saiba Tudo Sobre o Trabalho Infantil", produzidas pela pasta e ilustrada pelo cartunista Ziraldo. O evento aconteceu em Curitiba/PR, às 10h, e contou com a presença do ministro Carlos Lupi. Além disso, a Superintendêcia Regional do Trabalho e Emprego no Paraná, organizadora do evento, aproveitou a ocasião para lançar o projeto Boas Práticas de Segurança e Saúde no Trabalho.
De acordo com o superintendente João Graça, os projetos são fundamentais para conscientizar a população sobre a importância do trabalho de fiscalização desenvolvido pelos agentes do MTE.

Cartilhas
O material foi desenvolvido pelo Ministério em conjunto com SRTE/PR. A iniciativa surgiu com a percepção do Núcleo de Apoio a Programas Especiais da Superintendência paranaense de que um projeto focado na criança ajudaria em muito nas ações de combate à exploração da mão-de-obra infantil.
A primeira cartilha, "Viva o Trabalho", tem o intuito de sensibilizar a população e traz textos explicativos e situações que projetam a dimensão do trabalho infantil no país. "Precisamos, antes de tudo, informar a população sobre o que é o trabalho infantil e por que ele é combatido", afirma a coordenadora do Nape e auditora fiscal do Trabalho (AFT), Fernanda Matzenbacher.
Já a segunda, "Saiba Tudo Sobre Trabalho Infantil", é mais informativa e traz dados sobre o que diz a legislação, apresenta motivos para a criança não trabalhar e evidencia problemas que o trabalho prematuro pode causar à saúde da criança e do adolescente. Os conteúdos técnicos foram desenvolvidos com o apoio de uma equipe do MTE, selecionada pela Divisão de Fiscalização do Trabalho Infantil.
Segundo a coordenadora do Nape, a realização da cartilha é de extrema complexidade e relevância. Fernanda diz que é preciso ressaltar a importância das brincadeiras e do aprendizado para a construção da personalidade, da estrutura emocional e das condições de vida futuras da criança e do adolescente.
Boas Práticas
No dia 17 também aconteceu a solenidade que lançou o Projeto Boas Práticas de Segurança e Saúde no Trabalho - que tem o objetivo de estimular as atividades das empresas no que se refere à prevenção dos acidentes. "Vamos promover e adotar práticas educativas de Saúde e Segurança no Trabalho, como forma de diminuir o número de acidentes e de Doenças Ocupacionais", pondera o superintendente do Trabalho, João Graça.
A criação do Projeto foi proposta pelo superintendente no dia 28 de abril - Dia Internacional em Memória às Vitimas de Acidentes de Trabalho e Doenças Relacionadas ao Trabalho - durante o lançamento da Campanha de Prevenção e Combate aos Acidentes de Trabalho. Segundo Graça, o Estado não pode continuar perdendo tanta mão-de-obra devido ao descaso das empresas e, até mesmo, de alguns trabalhadores que temem denunciar.
Como forma de incentivo, a SRTE/PR irá premiar as empresas que estiverem de acordo com as normas de Saúde e Segurança do Trabalho. A abertura das inscrições para participar do Projeto será feita durante o evento. As empresas que se inscreverem poderão demonstrar suas ações que estão contribuindo para a redução de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. O reconhecimento oficial das iniciativas, projetos e ações apresentadas pelas empresas com os melhores resultados está previsto para 2010.
Fonte: Assessoria Imprensa MTE e SRTE/PR

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Vigilância Sanitária interdita fábricas de cosméticos na Grande BH

Nove empresas inspecionadas, sete fábricas totalmente interditadas e mais de 160 toneladas de produtos embargadas. Esse é o balanço de uma série de ações realizada pela Vigilância Sanitária Estadual (Visa), em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), durante toda a semana passada. Os fiscais estiveram em indústrias e distribuidoras de cosméticos, localizadas em Belo Horizonte, Contagem e Ribeirão das Neves.
“Recebemos denúncias de que empresas voltadas para a fabricação e distribuição de produtos da área de beleza apresentariam várias irregularidades. Por isso, fomos verificar e, ao constatar os problemas, adotamos as medidas necessárias para resguardar a saúde da população”, afirmou a gerente da gerência de vigilância em medicamentos e congêneres (GVMC) da Vigilância Sanitária Estadual, Maria José Drummond.
Dentre as principais irregularidades encontradas destacam-se matéria-prima vencida, produtos sem notificação ou registro na Anvisa, além de rótulos indicando finalidades terapêuticas, o que não é permitido para cosméticos, somente para medicamentos.
“São cosméticos que prometem benefícios não comprovados ou ainda que só poderiam ser oferecidos por medicamentos. Além disso, constatamos um mesmo número de registro na Anvisa sendo utilizado em produtos distintos, bem como descumprimento das normas legais para rotulagem”, explicou Maria José.
Os fiscais também verificaram que várias empresas não cumpriam as regras de produção determinadas pela Anvisa, chamada de Boas Práticas de Fabricação (BPF).
“Encontramos, por exemplo, materiais sendo produzidos sem as devidas identificações. Em algumas empresas, também percebemos que não havia segregação entre a área de descarte e a de produção”, contou.
Foram realizadas interdições cautelares de estabelecimentos e produtos, ficando assim proibida a produção e comercialização enquanto aguardam o processo. Caixas contendo xampús, condicionadores, loções, cremes hidratantes e sabonetes líquidos de diversas marcas ficaram em ambientes lacrados nas fábricas interditadas, em um total de 145 toneladas. Outras 22,4 toneladas de produtos de grau 2, ou seja, que oferecem maior risco à saúde, como sabonete íntimo e desodorantes, foram recolhidos ao depósito da Secretaria Estadual de Saúde e estão sob guarda do Estado.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Rir é o melhor negócio

Por Max Gehringer
Com bom humor, o difícil fica mais fácil. Além do que, ser mal-humorado dá um trabalho...
Como muitos leitores aí, eu também me sinto parte de um dos grupos minoritários mais desamparados do mercado de trabalho brasileiro: o dos bem-humorados. Somos minoria mesmo. Não há legislação específica que nos proteja, estamos carentes de um código de defesa do bom humor, e nem sequer temos uma ONG que nos represente. Comecei a perceber essa discriminação lá pela minha 30a entrevista de emprego, ao notar que os entrevistadores nunca me diziam: "Descreva uma situação que você resolveu usando o bom humor". Ao contrário, eles faziam aquela cara carrancuda e me perguntavam como eu reagia sob pressão, quantas pessoas já havia despedido pessoalmente e outros detalhes amargos do gênero.
Como ocorre com todas as minorias, os bem-humorados acabaram por se transformar em vítimas indefesas de uma conspiração em larga escala para desestabilizá-los profissionalmente. Mas, a bem da verdade, eu reconheço que os bem-humorados têm lá sua parcela de culpa nisso porque insistem em fazer o possível para irritar o próximo. Como chegar ao trabalho com aquele gestual provocativo (sorrisos e tentativas de abraços são manifestações recorrentes), atitudes que ainda são pioradas pelo uso contumaz de palavras ofensivas (tipo "bom dia!").
O restante dos funcionários não entende, com toda razão, como alguém consegue repetir esse absurdo. Bom dia, quando o dia, obviamente, não vai ser bom?! A coisa já começa de manhã cedo, no trânsito (e suas duas condições possíveis: parado e parando). Só que, às vezes, o inesperado acontece: no meio da confusão, um condutor olha para seu vizinho de engarrafamento e sorri. E qualquer pessoa normal sabe o que isso significa. Cuidado! Numa fração de segundo, os vidros são fechados e as portas travadas. Por quê? Porque, do jeito que a coisa anda, quem vai para o trabalho já entra no carro antevendo a possibilidade de um assalto, mas não a de um sorriso.
Já me perguntaram por que, então, contrariando a lógica, os funcionários bem-humorados insistem em sua cruzada inglória. E a resposta é muito simples: porque nós somos, sobretudo, preguiçosos. Já percebemos que viver mal-humorado dá muito mais trabalho.
Empresas x bom humor
Empresas são apenas números impessoais de CNPJ. Acontece que elas são habitadas por seres humanos, que vêm e que vão (ultimamente, com a crise, mais vão do que vêm). E seres humanos, sim, podem ser bem ou mal-humorados. O tal ambiente interno de uma empresa é simplesmente o resultado de algo chamado "o exemplo que vem do alto". E o funcionamento é de uma lógica cartesiana: em empresas que confundem seriedade com cara fechada, rir é pedir para ser punido. Daí a pergunta: é possível ir contra o sistema, ser bem-humorado e, apesar disso, progredir na carreira? Depois de passar por várias empresas, e apesar de alguns dissabores, continuo achando que a resposta é "sim".
Minha vivência me ensinou algumas coisinhas importantes. A principal delas é que, com bom humor, o difícil fica mais fácil. E aqui vai um exemplo prático: suponha que você, leitor, tenha um cargo importante em sua empresa (se você tem mesmo, então não suponha). Você tem uma sala grande, decorada com quadros expressionistas na parede, e todos aqueles instrumentos cheios de rococós, que nem sabe direito para que servem, ornamentando a sua mesa.
E um dia, sob essa mesma mesa, descobre, para sua absoluta surpresa, uma cueca. Hã? Uma cueca, dentro de sua inexpugnável fortaleza?
Pois é, pode acontecer. E aconteceu comigo, quando eu era presidente da Pepsi-Cola Engarrafadora. Pense bem: o que você faria numa situação dessas? Sua sacrossanta sala foi invadida e sabe-se lá o que ocorreu dentro dela na calada da noite! Você mudaria a fechadura da porta? Trocaria a senha do micro? Instauraria um inquérito? Como eu não sabia bem o que fazer, chamei nosso VP de RH, o Román Santini, e mostrei-lhe a indumentária. E ele sabiamente e argentinamente, disse: "Não é minha. Eu só uso cueca 'samba-canción' ". Como também não era minha, começamos a pensar em como tratar o problema. A solução foi escrever este memorando, aqui reproduzido integralmente:
De: Presidência
Para: Todos os funcionários

Apareceu do nada, num recôndito de minha sala, uma cueca de cor branca, de grife. Ao constatar que a mesma não era de minha propriedade, procurei o senhor vice-presidente de RH (para obter algum aconselhamento, não porque suspeitasse dele). Disse-me o ilustre VP, do alto de seus 30 anos de vida profissional, que certas coisas se devem jogar no lixo e esquecer, porque encontrar a explicação pode ser muito pior. Mas prontificou-se a pensar em algo criativo que nos levasse ao usuário da cueca. Só que o problema mostrou-se mais complicado do que parecia, devido às seguintes circunstâncias:

1. O dono da cueca poderia ter alguma dificuldade para explicar como é que a tal peça de vestuário foi parar em minha sala.
2. Uma pesquisa de flagrante (em que cada um dos funcionários do sexo masculino fosse convidado a mostrar a respectiva cueca para ver se o modelo combinava) poderia gerar constrangimentos desnecessários.
3. Se aparecesse mais de um pretenso proprietário reclamando a posse da cueca, não haveria como decidir qual deles seria o legítimo dono.
4. Poderíamos pensar em fazer um teste de laboratório -- tipo assim o DNA da cueca --, mas isso custaria caro e estamos tentando evitar incorrer em gastos supérfluos.
5. Não sendo identificado o legítimo dono, uma hipótese seria vender a cueca pela melhor oferta, como fizemos com os carros e os celulares. Aí, o problema seria determinar o valor de mercado de uma cueca usada. Além disso, estaríamos vendendo um bem que não consta nos ativos da empresa, o que é contra as melhores práticas contábeis e nos daria problemas com a auditoria.
6. Pensou-se que a cueca poderia ser sobra de algum concurso (um brinde que não foi reclamado pelo vencedor). Afinal, se damos camisetas e bonés, por que iríamos discriminar uma pobre cueca? Mas nada consta em nossos registros, embora o pessoal de marketing tenha achado a idéia bastante razoável para uma futura campanha promocional.
Assim sendo, tomou-se a decisão de deixar a cueca pendurada no quadro de avisos, imaginando que o dono, ou alguém que aprecie o modelito, possa levá-la embora sem mais explicações. Assim, o problema desaparecerá da mesma maneira que apareceu, e não se fala mais nisso.
Dois dias depois, a cueca havia sumido, sem que precisássemos tomar nenhuma atitude drástica. Melhor ainda, conseguimos gerar algo útil e prático: dali em diante, quando surgia algum problema complicado, alguém já recomendava: "Pendura a cueca no quadro". Traduzindo: vamos discutir o problema abertamente, com bom humor, e a chance de resolvê-lo será muito maior. Aproveitando essa historinha, que muita gente não vai acreditar que seja verdadeira, mas é, eu queria contar outras três experiências pessoais sobre as vantagens da administração pelo bom humor.
LIÇÃO No 1 -- Não basta ser diferente, é preciso ser eficiente
No começo da década de 80, eu trabalhei na Etti, então a segunda maior empresa de conservas do Brasil. Na época, a Etti havia sido recém-adquirida pelo Grupo Fenícia. Ao assumir a Etti, os novos donos encontraram um clima razoavelmente ameno e descontraído, herança da administração anterior, mas não condizente com a seriedade com que o Grupo Fenícia geria seus negócios. Uma das novidades foram as Normas, com N maiúsculo. Havia Norma para tudo, algumas até engraçadas, como a que rezava que a empresa só reembolsaria despesa de táxi se o funcionário estivesse carregando uma mala. Daí, algumas áreas tiveram de comprar malas, que seus funcionários carregavam, vazias, só para poder solicitar o reembolso. Outra Norma, essa verbal, mas tão assustadora quanto as escritas, ordenava que qualquer empregado deveria parar imediatamente o que estivesse fazendo, independentemente da importância e do prazo da tarefa, se um auditor aparecesse. E os auditores apareciam mesmo, sem avisar, e ficavam horas fazendo perguntas. Foi a única empresa em que trabalhei em que a fiscalização parecia ser mais importante que a operação.
Mas aos poucos o pessoal, por conveniência ou por falta de opção, foi se enquadrando. Isso até o dia em que um novo gerente de sistemas foi contratado, o Mané Carmona (que atualmente é gerente-geral da Visionner do Brasil). O Carmona contrariava totalmente o figurino vigente: era exuberante, ria alto, contava piadas e fazia barulho até quando apontava o lápis. E, logo de cara, descobriu que havia uma discriminação no refeitório da empresa: os diretores comiam salada de frutas de sobremesa, enquanto os demais funcionários tinham direito a apenas uma tigelinha de gelatina. E aí o Carmona lançou a campanha "Sobremesa ampla, geral e irrestrita", com inflamados discursos no refeitório, às vistas da constrangida diretoria.
Claro que o Carmona foi chamado a se explicar, claro que recebeu a recomendação de se enquadrar, claro que foi ameaçado de degola. Havia até um bolão no escritório para ver quem acertava quanto tempo ele iria durar. Mas, para surpresa geral, as semanas e os meses foram se passando, e nada. E o Carmona endoidando cada vez mais. Ele só sairia, dois anos depois, por vontade própria. Por quê? Porque o Carmona entendia uma barbaridade de sistemas, numa época em que informática era uma tremenda caixa-preta. E a diretoria enxergava o óbvio: os resultados que a área de sistemas trazia eram ótimos. A conclusão é que em empresas com ambiente mal-humorado quem é percebido como substituível está sempre na marca do pênalti. Portanto, não basta ser diferente, é preciso ser eficiente.
LIÇÃO No 2 -- Clima vem de cima
Da Etti eu fui para a Elma Chips, em 1984. Na época, a Elma Chips ainda era uma empresa de porte médio, tentando encontrar as brechas certas no mercado, e seus resultados não eram lá essas coisas. Mas o ambiente interno era bom, o mínimo que se poderia esperar de uma empresa que tinha um sorriso em seu logotipo. A grande virada que a Elma Chips deu (ela cresceria numa média de quase 20% ao ano entre 1985 e 1997) deveu-se à chegada de um novo presidente, Norberto Sommerfeld, que hoje é um feliz consultor eventual. Fortemente voltado para resultados e dono de um estilo metódico-ortodoxo, fruto de sua educação chileno-alemã, Norberto deu, logo de início, a impressão de que implantaria um modelo linha-dura na empresa. Mas era só impressão. Ele logo percebeu que tinha uma equipe de diretores bem-humorados até demais e proporcionou a eles as duas coisas que fizeram a Elma Chips decolar de vez: liberdade e proteção. A liberdade fez com que a empresa fosse pioneira (em 1986) em algo que muitas outras, ainda hoje, anunciam como novidade: funcionários representando peças teatrais escritas por eles mesmos, criticando as mazelas internas. Mas o diferencial da Elma Chips estava nos atores: eram os próprios diretores e gerentes que se caracterizavam e faziam piadas sobre si mesmos. A platéia era formada por vendedores, que podiam rir à vontade de seus chefes (se alguém perguntar "Mas isso não diminuía o necessário respeito hierárquico?", a resposta é "Ao contrário, aumentava").
Em 1990, o passo definitivo foi dado numa convenção em Barra Bonita, no interior de São Paulo. Eu escrevi uma pecinha teatral em que o CEO americano vinha ao Brasil visitar um ponto-de-venda (coisa comum em multinacionais), só que o local, um boteco, estava em pandarecos: produto vencido ou mal-arrumado, itens faltando, exibidor caindo aos pedaços. No palco, colocaríamos numa fila, em ordem hierárquica, o vendedor, o supervisor, o gerente, o diretor e o presidente. Aí, o CEO fazia uma pergunta ao presidente, que a repetia para o diretor, e assim por diante, até chegar ao vendedor. E o vendedor sempre dava a resposta correta, mas que nunca era a mais adequada para chegar aos ouvidos de um CEO. Daí, a resposta voltava pela fila e ia sendo convenientemente mudada, com cada um tentando tirar o seu da reta. Quando o presidente dava a resposta final ao CEO, o que era uma desgraça já havia se transformado em uma fantástica oportunidade (exatamente como funcionam as apresentações em grandes empresas). Escolhidos os atores, nós precisávamos de alguém para fazer o papel do presidente. E quem se prontificou a representá-lo? Ele mesmo, o Norberto. Exagerando em seus tiques e em seu sotaque, ele deu mais que uma inesquecível performance teatral, deu um exemplo de solidariedade. Fizemos até um "Oscar" para ele, que agradeceu aos prantos e dedicou à sua Mutti, dona Gerda. Depois daquilo, ninguém mais teria desculpas para nada. Nos anos seguintes, os resultados explodiriam e o bom humor viraria a marca registrada da empresa.
Ah, eu ia esquecendo... nós tínhamos também um jornal underground na Elma Chips, que criticava as baboseiras internas. Chamava-se Torre de Papel, e seu alvo preferencial eram as mancadas da diretoria. O jornal durou anos (e foi a semente que deu origem à Comédia Corporativa, publicada pela revista Exame). E os efeitos eram terapêuticos: o jornal mostrava o lado ridículo do que chamamos postura executiva. E aí, rindo de nós mesmos, eliminávamos as tensões e acertávamos o rumo. O Norberto, pragmaticamente, sempre se recusou a admitir a existência do jornal. Por isso, sua cópia era enviada à esposa dele, a Lygia, que diligentemente a "esquecia" na cabeceira da cama.
O clima vem de cima -- e não é preciso ser um humorista para criar um ambiente de bom humor. O Norberto não era, apenas entendeu que, bem-humorados, seus funcionários poderiam gerar resultados muito acima do esperado. A Elma Chips entrou nas primeiras cinco edições do Guia EXAME -- As 100 Melhores Empresas para Você Trabalhar. E o único quesito em que não tirava a nota máxima era -- prestem atenção! -- "salários e benefícios". Ela pagava apenas a média do mercado, mas mesmo assim seu turnover era baixíssimo. O ambiente interno leve e solto mais que compensava os 10% ou 20% que o mercado recomendava pagar para "reter os prezados colaboradores".
LIÇÃO No 3 -- Não há desculpa para o mau humor
Da Elma Chips eu fui para a Pepsi-Cola, num tremendo rabo de foguete (as duas empresas pertenciam ao grupo PepsiCo). A história que vou contar a seguir é mais ou menos da mesma época daquela da cueca, que relatei no início do texto. Em dezembro de 1994, a Pepsi-Cola havia embarcado em outra de suas monumentais aventuras no Brasil: a associação com um megafraqueado, a Baesa (Buenos Aires Embotelladora S.A.), que resultaria na criação da Pepsi-Cola Engarrafadora. E a meta da nova empresa era ambiciosa: triplicar o market share em apenas 18 meses. Para isso, seria necessário um investimento colossal em fábricas, frota e equipamentos, o que foi feito, já que, pelo menos no início, dinheiro não era problema.
O plano parecia perfeitamente factível, mas houve apenas um pequeno inconveniente: não deu certo. Meros dois anos depois, a Pepsi-Cola Engarrafadora estava agonizando. Devendo 400 milhões de dólares a 14 bancos privados, e com prejuízo operacional de 1 milhão de dólares por dia, bastava que um dos credores mandasse ao cartório uma conta de luz vencida e a empresa quebraria. Foi aí que a PepsiCo americana teve a idéia de me nomear presidente da empresa. "Nomear" é bem o termo, porque obviamente eu preferia ficar na Elma Chips, e isso já eliminava a etapa do "convite". E eu fui. O que, exatamente, se deveria fazer numa situação daquelas? Dá para ser bem-humorado em uma empresa que corre o risco de não ver o sol nascer na manhã seguinte? Então, eu resolvi começar minha gestão fazendo algo pouco usual: contar a verdade. Antes que começassem as especulações sobre o que iria acontecer, reuni todos os funcionários no almoxarifado, subi num caixote e mostrei os números nus e crus da empresa. E aquela vermelhidão no balanço quase fez o pessoal cair de costas porque ninguém desconfiava que a situação era tão séria. Além disso, eu deixei claro o que a PepsiCo me havia pedido: tentar manter a empresa respirando até que surgisse um eventual interessado em comprá-la. Mas, como isso era apenas uma possibilidade, sugeri aos funcionários que se tivessem a chance de sair que saíssem mesmo. Não havia nenhuma promessa quanto ao futuro que eu poderia fazer naquele instante.
O resultado prático dessa reunião pode ser resumido em um único dado: na maior e mais problemática das fábricas, a de Jundiaí, SP, houve oito greves nos 12 meses anteriores. Depois, durante o ano e pouco que passei na Pepsi-Cola, não tivemos mais nenhuma. Funcionários são assim mesmo, acabam colaborando com quem lhes diz a verdade. Até aí, tudo bem, sinceridade sempre ajuda, mas... dá para ter bom humor numa situação caótica dessas? Dá. Preocupado com a onda de boatos e com as notícias fatalistas que não paravam de circular pela empresa, eu criei um impressinho chamado Apep, "Autorização para Entrar em Pânico". O funcionário o preenchia dando as razões pelas quais achava que estava à beira de um ataque de nervos e o mandava a mim. Aí, eu o chamava e explicava a real situação. No pé do impresso, havia dois quadrinhos: "Sim" e "Não", que eu e o funcionário preenchíamos de comum acordo após a conversa. O quadrinho do "Não" significava voltar ao trabalho sem mais chiliques e o quadrinho do "Sim" autorizava o funcionário a ter seu momento de desespero. Para esses casos, eu usava a sala de reuniões que ficava anexa à sala da presidência (e que raramente era usada, porque eu não fazia reuniões). O funcionário ia lá, dava uma desabafada (chutando o cesto de lixo, por exemplo) e saía um pouquinho mais aliviado. Quase todos os problemas eram teóricos, tipo "Como vou pagar o aluguel se a empresa falir?" O que as pessoas queriam mesmo era conversar, ouvir uma palavra de apoio e, por incrível que pareça, rir. Quase sempre, quem me procurava acabava por me contar uma piada e no fim da conversa nós ríamos juntos.
As perguntas que os funcionários me faziam (e as respostas que eu dava) tinham ainda uma função prática: eu as publicava no Jornal da Situação, que era pendurado nos quadros de avisos. No caso, a palavra "situação" tinha um duplo sentido: o de "a pura verdade" e o de "antioposição". Redigido num tom informal, o jornal eliminava a boataria, porque as notícias circulavam antes que os boatos pudessem surgir. O Jornal da Situação acabou servindo de fonte de notícias para a imprensa porque alguns funcionários mandavam o dito-cujo por fax às redações de jornais (e nunca foram punidos por isso). A imprensa batia duro na gente, porque a situação era realmente crítica, mas, pelo menos, o que saía publicado era verdade. Até que no fim de 1997, a Brahma (hoje AmBev) comprou a Pepsi-Cola Engarrafadora e pôs fim a um ano de sacrifícios, cortes e economias forçadas. Então, algo incrível aconteceu: pelos anos seguintes, os ex-funcionários continuaram a se encontrar de vez em quando numa churrascaria da cidade, para relembrar histórias "daquele tempo", porque ficou a percepção geral -- e errada -- de que ele tinha sido bom. Bom não foi, mas não deixou de ser divertido. E, na minha avaliação, foi esse bom humor que deu à Pepsi-Cola a sobrevida que ela precisava.
Não há desculpa para o mau humor. Gente quer ser tratada como gente. Além da necessária sinceridade, há o fato de que se pode dar uma notícia ruim de duas maneiras: ou criando um clima de ansiedade, ou amenizando-a e humanizando-a. E a opção escolhida ajuda a definir o ambiente interno e reflete diretamente nos resultados. No fundo, não existem funcionários mal-intencionados nas empresas, há apenas funcionários mal informados, que, por isso mesmo, criam suas próprias informações e às vezes acabam instaurando o caos (e o mau humor) pelos corredores.
Finalmente, uma regra e uma dica para quem adota a filosofia do bom humor: a regra para ser bem-humorado no trabalho é a capacidade de rir de si mesmo. Quem se diverte com as próprias mancadas não sofre com o escárnio alheio. Ao contrário, se diverte com ele. A dica: conviver com gente mal-humorada não é fácil, mas, muito mais difícil é conviver com os falsos bem-humorados. Esses, sim, são perigosos, porque usam o bom humor agressivamente, como instrumento de humilhação e opressão. E é fácil identificá-los, porque eles querem tripudiar, mas não aceitam o troco. E mudam rapidamente de humor quando a própria piada se volta contra eles. Depois que a gente aprende a ignorar o falso bem-humorado, o resto é simples. Na vida corporativa, tudo tem um preço e nada vem de graça. O que não quer dizer que tudo deva vir sem graça.
Fonte: Revista Você S/A - Editora Abril