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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Fumaça das queimadas atinge cidades distantes dos incêndios

As consequências da umidade baixa acabam agravadas pelo número altíssimo de queimadas. A fumaça dos incêndios não afeta só a população do lugar onde eles são registrados, ela viaja para longe.

Os pontos no mapa mostram os focos de incêndio no país. Apenas na segunda-feira (23), foram registrados mais de 2.528 focos de queimadas no país. A maior quantidade de incêndios foi registrada no Pará e em Mato Grosso.

Em Araçatuba, no interior de São Paulo, uma imagem impressionante: o fogo formou um grande redemoinho. A fumaça invadiu a Rodovia Marechal Rondon e o trânsito foi interrompido.

Quem mora no Sul e no Sudeste do Brasil também sente os efeitos das queimadas do Norte e do Centro-Oeste. A fumaça pode ficar suspensa durante dez dias e viajar milhares de quilômetros.

A imagem de satélite feita nesta terça-feira mostra o trajeto percorrido pela fumaça. Uma animação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revela que a fumaça é levada para o oeste, onde se choca com a Cordilheira dos Andes. Em seguida, a nuvem desce até a região Sul do Brasil. A fumaça deixa o clima ainda mais seco e contribui para o aumento da poluição.

“Ela pode afetar áreas importantes, como a Região Metropolitana de São Paulo, Região Metropolitana de Porto Alegre, mesmo Buenos Aires e a região mais ao sul da América do Sul”, diz a pesquisadora do Inpe, Karla Longo.

A fuligem dessas queimadas, composta principalmente de monóxido de carbono, estava presente na chuva que caiu sobre algumas cidades do Rio Grande do Sul neste mês. Os veículos ficaram cobertos por água de coloração alaranjada.
Fonte: G1

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Trabalho em turno pode gerar distúrbios do sono.

Em um mundo cada vez mais globalizado e competitivo, as empresas têm de buscar a autossuperação em período integral, todos os dias, o que torna cada vez mais normal a existência de vários turnos de trabalho. Essa realidade está incorporada ao dia a dia de hospitais, aeroportos, rodovias, delegacias de polícia e outros serviços essenciais à população e de infraestrutura em todos os países, mas tem se estendido a outros setores.

"Esta popularização do trabalho por turnos, em especial nos setores industrial, automotivo, petroquímico, comercial e de serviços, hoje já é objeto de diversos estudos da classe médica no mundo, que se dedica a descobrir quais as consequências desta demanda econômica na vida dos trabalhadores e de suas famílias", afirma Dalva Poyares, médica neurologista do Instituto do Sono de São Paulo e professora livre docente do Departamento de Psicobiologia da Unifesp.

Diversos transtornos à vida e à saúde dos trabalhadores foram evidenciados nesses estudos médicos nos últimos anos. Um deles, realizado nos EUA, onde mais de seis milhões de trabalhadores executam trabalho noturno fixo ou rotativo, constatou que para 20% destes profissionais é insuportável lidar com as alterações causadas no ritmo circadiano, mecanismo cerebral que regula o relógio biológico do corpo - hora de acordar, comer, dormir etc. "O organismo destas pessoas não aceita a alteração do relógio biológico, que é coordenado pelo ciclo solar, e o resultado é uma mudança significativa em várias funções metabólicas do organismo", reforça a doutora Dalva.

Mas com a competitividade no mercado de trabalho e a necessidade de garantir seu sustento e das famílias, grande número de pessoas precisa trabalhar à noite ou em turnos rotativos e tem de lidar diariamente com distúrbios do sono, como sonolência excessiva, apneia e insônia, entre outros, que por sua vez se refletem em outros problemas de saúde. Segundo Dalva, diferentes estudos comprovaram que, ao sofrer com um transtorno do sono, o indivíduo amplia o risco de ter doenças cardiovasculares, gastrintestinais, hipertensão, diabetes mellitus e obesidade, entre outras enfermidades, sem contar prejuízos relevantes à qualidade de vida social e ao desempenho profissional. "Experimentos já associaram o trabalho por turnos rotativos noturnos ao aumento de 4% na possibilidade de ocorrência de AVC para cada cinco anos trabalhados", esclarece a médica.

A médica esclarece que é comum as empresas atenuarem a escassez de pessoal com a criação de turnos de trabalho estendidos, de 10, 12, 16 horas ou mais. O problema é que expedientes que se estendem além das tradicionais 8 horas ampliam a fadiga do trabalhador, bem como a possibilidade de erros por perda de atenção e diminuição da prontidão, o que prejudica a produtividade e a qualidade dos serviços prestados. "Nos trabalhadores em turnos de serviços de emergência, como bombeiros, médicos, enfermeiros ou aqueles que tomam decisões críticas, a constatação de distúrbios no sono deve ser imediatamente tratada, pois um procedimento ou ação equivocada pode prejudicar ou destruir, não só carreiras bem-sucedidas, mas vidas de pessoas que dependem da atuação precisa destes profissionais", ressalta doutra Dalva.

Tratamento

Uma série de estudos que avaliaram medidas ou intervenções nos trabalhadores nos trabalhos por turnos, além de tratamentos propostos, inclui intervenções cronobiológicas, como exposição à luz, o hormônio melatonina, agentes hipnóticos, cafeína e estimulantes do sistema nervoso central, bem como ativos farmacêuticos promotores de alerta, como a modafinila.

Até o final de 2006 foram realizados três estudos clínicos randomizados (com amostra significativa e parâmetros de avaliação) e duplo-cegos (nem o examinado nem o examinador sabem o que está sendo utilizado como variável em um dado momento), que avaliaram os efeitos da modafinila no tratamento dos distúrbios do sono nos trabalhadores em turnos. Os resultados mostraram que os participantes apresentaram melhora significativa na capacidade de manter a vigília durante a realização de atividades (por exemplo, trabalhar e dirigir) e de memória, bem como melhor condição clínica geral e na atenção sustentada.

A modafinila atua no Sistema Nervoso Central (SNC) ativando regiões do cérebro responsáveis pela promoção do estado de vigília sem interferir no sono noturno. "É um medicamento mais seguro que seus antecessores, pois não causa os efeitos colaterais de estimulantes da classe das anfetaminas e da cafeína (tomada no café), como irritabilidade, irritação gástrica e aumento da pressão arterial sistêmica, além de não existir risco de dependência física e de perda de efeito. Também não acarreta euforia, alteração de humor e nem taquicardia, como provocam as anfetaminas", explica o especialista.
Fonte: Lide Comunicação

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Palavrões, gritos e gestos obscenos no ambiente de trabalho geram danos morais.

O juiz Hélder Vasconcelos Guimarães, titular da 17ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte, analisou o caso de um líder de equipe que frequentemente utilizava palavrões, gritos e gestos obscenos para advertir e dar ordens aos seus subordinados.

Ao acolher o pedido de indenização por danos morais formulado pelo trabalhador, o juiz acentuou que todo empregado tem o direito de ser tratado com urbanidade no ambiente de trabalho e o fato de serem trabalhadores braçais de baixa escolaridade não justifica o tratamento humilhante e desrespeitoso dispensado a eles.

Na avaliação do julgador, o conjunto de provas analisado foi suficiente para confirmar as alegações do empregado. Conforme salientou o magistrado, na situação em foco, a empresa deve responder pelas ofensas morais contra a honra e boa fama de seu empregado.

Isso porque, ao colocar outro empregado na condição de líder de equipe, a empregadora tinha a obrigação de orientá-lo no sentido de tratar seus subordinados de forma respeitosa, fato que não ocorreu, conforme ficou comprovado no processo.

Observou o juiz que os modernos meios de comunicação contribuíram para que o uso do palavrão se tornasse corriqueiro em determinados ambientes. Porém, essa linguagem não deve ser utilizada quando se trata de relações de emprego, uma vez que, nesse contexto, as partes envolvidas – superior hierárquico e subordinado – não estão em condições de igualdade.

“Entretanto, há de ser dito que no local e no horário laboravam apenas homens, trabalhadores braçais em sua maioria, de baixa escolaridade, propiciando, então, a utilização de palavras que seriam inadequadas certamente para outros ambientes, como num colégio de freiras, por exemplo.

Há de ser dito também que o uso de palavrões, em nossos modernos tempos, passou a ser comum e corriqueiro, infelizmente, adentrando em nossas residências pela programação televisiva e de rádio com indesejável intensidade, perdendo, portanto, aquela outrora característica de horror e espanto, que tanto assustava os nossos antepassados.

Mas isso não quer dizer, porém, que qualquer um aceita ou permite ofensas constantes no ambiente de trabalho, o que notoriamente haverá de ser evitado” – ponderou o juiz sentenciante, condenando a empresa ao pagamento de uma indenização por danos morais, fixada em R$1.000,00.
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho 3ª Região Minas Gerais

Seus clientes são sua marca, afirma Tom Peters

O “guru dos gurus” do management revela as estratégias que transformam negócios simples em empresas desejadas pelos clientes.

Uma empresa que investe milhões em estrutura, equipamentos e muitas contratações terá, obrigatoriamente, sucesso? De acordo com Tom Peters, o principal guru do management no mundo, a reposta é não! Segundo o estudioso, as empresas que visualizam como prioridade o desejo e a real necessidade do cliente saem na frente.

No Fórum HSM Estratégia, realizado em São Paulo, Peters insistiu que as empresas evitem estratégias baseadas em cifras e números, e foquem o que, para ele, sempre impulsionou os negócios em todos os tempos: as pessoas, os clientes, a "cultura" de valores e o espírito empreendedor dos gestores.

Para Tom Peters, o atributo estratégico de qualquer organização deve ser o relacionamento e a habilidade de ouvir. "Gentileza = negócios = lucros. Não ouvir os clientes ou não atender bem são coisas que podem prejudicar todo o processo de relacionamento e fidelização dos consumidores", relata o guru.

Nesse contexto, conduzir um bom relacionamento entre executivos e funcionários, funcionários com clientes e executivos e clientes torna-se fundamental. Para Tom Peters, a estratégia da empresa não deve se focar em entender a necessidade dos resultados, mas em entender as necessidades das pessoas. "As pessoas são a marca", enfatiza Peters.

Um dos ensinamentos que o guru do mundo empresarial destaca sobre o relacionamento é que essa característica tende a ser cada vez mais humanizada e puxada para o emocional. "O executivo que sabe dizer um simples obrigado para os funcionários, por exemplo, apesar de parecer banal, mostra uma atitude de verdadeiro líder. Isso manifesta uma positiva reação em cadeia dentro da empresa", afirma o guru.

Peters destaca o exemplo da Disney no tratamento dado aos frequentadores do parque desde a chegada. "A Disney teve a iniciativa de não fornecer somente um bom treinamento para seu alto escalão. Até mesmo os funcionários que trabalham no estacionamento receberam treinamento especializado para lidar com as pessoas. Uma iniciativa simples, mas que agrada todos os consumidores e ajuda a manter a 'magia' e o diferencial da companhia com o seu público", diz Peters.

Pequenas ações trazem bons resultados

Outro ponto importante para impulsionar os negócios é o poder de inovar ou reinventar conceitos já estabelecidos para levar novas experiências aos consumidores. Tom Peters destaca que esse processo pode acontecer com o mínimo de recursos, mas através de idéias boas. "Atitudes triviais podem mudar positivamente o rumo de um negócio. Existem muitas ações pequenas 'dando sopa' e que possuem um impacto enorme", afirma o guru.

Peters relata o exemplo da rede varejista Walmart, que vende desde grandes eletrodomésticos a produtos de cestas básicas, e teve uma idéia simples, mas alcançou um resultado além do esperado.

Após verificar uma tendência, de que consumidores ao comprar um grande eletrodoméstico levavam somente esse produto, a rede começou a disponibilizar carrinhos de compra maiores. Com isso, os consumidores continuavam no supermercado comprando outros produtos (comuns da cesta básica e da rotina), mesmo levando os objetos maiores.

Pense em novos consumidores, mas priorize seus clientes

Outro ponto de destaque na consolidação de uma empresa no mercado é o modo como ela se comunica com seu público. Só que a forma do consumidor lidar com a propaganda está se alterando. Se antes as pessoas compravam um produto apenas pela sua publicidade, agora as pessoas querem saber a opinião de outros consumidores que já experimentaram esse produto.

Por isso, Tom Peters alerta para a importância de atender bem seu cliente atual. "As empresas estão tão preocupadas em conseguir novos clientes que se esquecem de fazer pequenas coisas para manter seus clientes atuais", diz Peters. Para ele, as organizações que buscam atender bem seus clientes ganham disseminadores em potencial de seus produtos. "Os consumidores confiam mais na indicação de um cliente do que no anúncio da loja", afirma o guru.

Nesse processo, as redes sociais funcionam como um verdadeiro boca a boca e exercem um papel fundamental para a divulgação e disseminação de produtos e serviços oferecidos pelas organizações.

Palavra de guru

Na opinião de Tom Peters, essa nova era voltada para o relacionamento prevê também a mudança no perfil de contratação das equipes na empresa. "O profissional do futuro não deve ter apenas um MBA e ser um cara limitadamente voltado para resultados. É preciso ter algo peculiar, voltado para o social, por exemplo, mas que agregue novos valores para a empresa", disse Peters.
Fonte: Administradores.com.br

Mais sobre Tom Peters

Para as revistas Fortune, The Economist e outras, Tom Peters é o "guru dos gurus" do management e, assim como Michael Porter, Peter Drucker e Prahalad, é um dos maiores intelectuais corporativos do mundo. Seus livros venderam mais de seis milhões de cópias em todo o mundo, e alguns deles são considerados verdadeiros marcos no mundo dos negócios.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Contaminação de trabalhadores cai 50% com lei antifumo em SP

A lei antifumo em São Paulo completou um ano em 31 de julho. Atualmente, ela é responsável por uma redução de 50% na contaminação do organismo dos trabalhadores não-fumantes de bares, restaurantes e casas noturnas, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado. Um estudo do Incor (Instituto do Coração) nos estabelecimentos revelou uma redução de 73,5% nos níveis de monóxido de carbono no interior desses ambientes. A poluição nos ambientes fechados passou de cinco partes por milhão para uma parte por milhão. A Secretaria da Saúde promete manter a fiscalização para que a lei, que tem adesão superior a 99%, continue sendo cumprida. Apenas um estabelecimento, de Mogi das Cruzes, foi fechado por desrespeitar a norma e reincidir, nos últimos 12 meses. No período, o órgão recebeu 14 mil denúncias e aplicou 776 multas. Os 1,5 mil agentes da secretaria fizeram 352 mil blitze.
Fonte: Band News

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Vigilância Sanitária integra combate à dengue

Marília recebeu as determinações do Estado para as ações de combate à dengue a serem desenvolvidas nos próximos meses (antes do verão). O documento é o mesmo para todos os municípios paulistas, mas foi construído democraticamente através de oficinas regionais. Para Marília a novidade maior será a inclusão da Vigilância Sanitária no trabalho.

“Várias propostas que motivaram a formação do documento já são executadas em nossa rotina de trabalho”, mencionou o coordenador de Vigilância Ambiental e Controle de Zoonoses, Lupércio Garrido. Segundo ele, apesar disso, o documento traz inovações importantes, como a integração da Vigilância Sanitária.

“A Vigilância Sanitária tem poder punitivo que a Divisão Municipal de Zoonoses não tem”, disse o coordenador. Segundo ele, atualmente o combate à dengue se baseia principalmente no convencimento da população, mas a partir de agora devem ser intensificadas as autuações diante da insistência em se manter criadouros do mosquito transmissor da dengue por descuido e falta de cidadania. O Aedes aegypti se reproduz em água parada.

O documento estadual para a prevenção de novas epidemias foi elaborado a partir de oficinas realizadas no início de agosto no interior. As propostas foram levantadas, agrupadas e organizadas para atender às necessidades prioritárias nas cidades pólos regionais.

Em Marília, o documento já está norteando a conduta da Secretaria Municipal da Saúde. Além do envolvimento da Vigilância Sanitária, foi iniciado um recadastramento de todos os imóveis especiais e pontos estratégicos. O primeiro grupo se refere aos locais de grande circulação de pessoas de diferentes partes da cidade ou até de municípios diferentes, o que facilita a transmissão do vírus e a sua propagação, tornando mais difícil conter um alastramento da doença, como exemplo: rodoviárias, escolas, aeroportos, supermercados, indústrias e hospitais. Já o segundo grupo abrange os imóveis de maior risco pelo acúmulo de recipientes que podem se tornar criadouros, como ferro-velho, borracharia e cemitério.

Conforme o documento estadual é preciso responsabilizar com mais eficácia os proprietários dos pontos estratégicos e envolver a direção dos imóveis especiais para que todos se comprometam em manter os estabelecimentos em condições seguras.

Vantagens de Marília no controle da dengue
Marília se destacou no encontro promovido pela Secretaria de Estado da Saúde por já ter formada a Comissão Municipal de Vigilância em Saúde, que possui representações do município e do Estado de várias áreas de trabalho. “A dengue não é um problema da saúde, mas da sociedade”, mencionou Garrido.
O coordenador de Vigilância Ambiental observou que Marília ficou bem colocada na comparação com outras cidades, tendo 15 máquinas de nebulização de inseticida, enquanto a maioria tem até oito, e tendo coleta de sangue para análise do material em todas as unidades da rede, enquanto na maioria dos municípios o paciente suspeito precisa se deslocar até um único endereço para ter o sangue coletado. O deslocamento é ruim para o paciente e aumenta o risco da doença se espalhar pela picada do Aedes. O mosquito transmite a dengue de um para o outro picando o doente e os saudáveis posteriormente.
Marília também está à frente na realização de exames de dengue por conta própria. O Instituto Adolfo Lutz (Estado) para de analisar as amostras quando a epidemia de uma cidade supera 150 casos por cem mil habitantes. A maioria das gestões municipais passa a considerar todos os suspeitos positivos nesse ponto ou para de contar. Em Marília desde junho as análises laboratoriais continuaram de forma independente.

Contingente
A integração da Vigilância Sanitária aumenta o poder de interferência da Secretaria da saúde no combate à dengue, mas não tem representação numérica em termos de recursos humanos. Segundo o coordenador, Marília já trabalha com uma equipe bastante expressiva que supera 400 profissionais, entre agentes comunitários de saúde da rede básica, agentes de controle da dengue, supervisores, braçais e demais servidores da Divisão de Zoonoses.
Fonte: Jornal da Manhã

Caminhoneiros enfrentam condições precárias de trabalho.

Ilustração: Beto Soares/Revista Proteção

Jornadas exaustivas, não recebimento de horas extras, desrespeito ao descanso semanal remunerado, pagamento de comissões que incentivam os excessos e uso de medicamentos para inibir o sono. Essas são algumas das irregularidades constatadas nas rodovias de Goiás, Mato Grosso e São Paulo, durante operações realizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Ministério Público do Trabalho (MPT) no que se refere às condições de trabalho de caminhoneiros e motoristas de transporte de passageiros.

As fiscalizações em Goiás iniciaram em abril e encontraram motoristas dirigindo por mais de 20 dias sem descanso. Segundo Jacquelinne Carrijo, auditora fiscal da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Goiás (SRTE/GO), as longas jornadas de trabalho se destacaram entre as irregularidades verificadas. Em entrevista ao programa de rádio Vozes da Liberdade, da Repórter Brasil, ela aponta os contratos de trabalho como estimuladores de excessos: de jornada, de velocidade e de cargas. "Tudo isso para que haja a entrega do produto em prazos muito curtos. E como esses trabalhadores ganham por produção, quanto mais trabalharem, mais ganharão", afirma.

Os problemas foram constatados por meio da leitura do disco dos tacógrafos (dispositivo que monitora o tempo de uso, a distância percorrida e a velocidade desenvolvida), feita inicialmente pela PRF, e também por meio de entrevistas. "Por meio da leitura das informações dos discos verificamos jornadas de 25 horas, 28 horas de trabalho contínuo, o que configuramos como jornada de trabalho exaustiva", complementa a auditora.

Quando o excesso de jornada é apontado pelo tacógrafo, os auditores fiscais lavram autos de infração para cada irregularidade apontada e encaminham para o empregador, que tem um prazo se posicionar. "Encaminhamos, também, os relatórios para o Ministério Público do Trabalho que toma as medidas cabíveis", explica. Quando o disco está danificado ou foi indevidamente preenchido, as companhias empregadoras também são responsabilizadas, a fiscalização lavra auto de infração por falta de controle de jornada.

Outra irregularidade verificada pelas ações foi a falta de registro em Carteira de Trabalho e da Previdência Social (CTPS). "Os motoristas desconhecem seus direitos. Eles são como os outros trabalhadores comuns perante a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)", analisa Jacquelinne.

De acordo com a auditora, houve registro de caminhoneiros e motoristas que comem mal e dormem mal, muitas vezes dentro do próprio caminhão. "Eles sentem muitas dores no corpo pela falta de repouso adequado, falta de local adequado para recuperação das energias, exposição ao risco de morte por causa dos acidentes e dos assaltos", acrescenta.

Outros estados

O MPT em Mato Grosso, em parceria com a PRF, também realizou fiscalizações nas duas principais rodovias do estado e constatou, por meio de exames de urina, que os trabalhadores usam remédios para inibir o sono. O MPT/MT promoveu ação civil pública contra as transportadoras, para coibir o excesso de jornada. A ação ainda tramita em Brasília.

De acordo com o juiz do trabalho Paulo Barrionuevo, do Mato Grosso, o pagamento de comissões aos caminhoneiros pode ser um dos principais fatores que induz longas jornadas de trabalho. A remuneração extra é paga de forma irregular. A constatação, apurada por meio de fiscalizações, foi apresentada durante o "Simpósio sobre trabalho no transporte rodoviário", promovido pelo MPT no município de Rondonópolis (MT).

Em São Paulo, a Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região (PRT-15) ajuizou ação civil pública contra a transportadora Vesper, no final de julho de 2010, pedindo a regularização da jornada de trabalho dos seus empregados, com a obrigação de conceder descanso semanal de 24 horas consecutivas. No mérito, o MPT pede a condenação da empresa em R$ 500 mil por danos causados aos direitos dos trabalhadores. A Vesper foi flagrada quatro vezes com problemas na jornada de trabalho dos seus empregados. A empresa não respeitou o limite de jornadas diárias e nem o intervalo mínimo de 11 horas entre uma jornada e outra.

No início de 2006, uma fiscalização do MTE verificou que a Vésper prorrogava a jornada dos trabalhadores além do limite legal de 2 horas diárias. Os intervalos entre duas jornadas concedidos pela empresa eram inferiores a 11 horas. Um ano depois, uma nova fiscalização do órgão trabalhista observou que as práticas abusivas continuaram. Diante disso, o MPT firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Vesper, em maio de 2007. A empresa descumpriu o acordo, além de desrespeitar intervalos entre jornadas. Por conta disso, o MPT firmou um novo acordo em 2008, no qual a empresa se comprometeu a se regularizar e pagar multa pelo descumprimento do TAC anterior.

Uma nova fiscalização verificou, porém, que a transportadora continuava a abusar dos períodos de jornada, desta vez não concedendo aos seus empregados descanso semanal de 24 horas seguidas. O MPT tentou um novo acordo com a empresa, propondo um aumento da multa diária pelo descumprimento dos acordos anteriores. Porém, a Vesper não concordou com a proposta. O procurador Fábio Massahiro Kosaka acionou a transportadora na Justiça do Trabalho. O advogado da empresa, Isidoro Augusto Rossetti, informou que a empresa já regularizou a situação após audiência, e que o problema se referia a dois funcionários do setor de manutenção que não tiveram folgas por duas semanas.

Em Minas Gerais também foram realizadas operações nas principais rodovias no início deste mês. Os resultados ainda não foram divulgados.

Confira entrevista de Jacquelinne Carrijo em áudio, clicando aqui.
Fonte: Repórter Brasil

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Alcoolismo crônico não é motivo de demissão por justa causa.

Doença que requer tratamento e não punição. Assim o alcoolismo crônico tem sido avaliado, desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) o classificou como síndrome de dependência do álcool.

Atento ao reconhecimento científico da doença, o Tribunal Superior do Trabalho vem firmando jurisprudência no sentido de não considerar o alcoolismo motivo para demissão por justa causa.

Ao julgar recurso do Município de Guaratinguetá (SP), a Sétima Turma rejeitou o apelo, mantendo a decisão regional que determinava a reintegração do trabalhador demitido.

Trabalhar embriagado, dormir durante o expediente e faltar constantemente ao serviço, foram os fatores alegados pelo empregador que levaram à demissão do servidor municipal.

Mas, se em 1943, quando passou a viger a CLT, isso era motivo para dispensa por justa causa, hoje não é mais.

Segundo o Município de Guaratinguetá, o trabalhador sempre teve comportamento inadequado no ambiente de trabalho e não provou ser dependente químico ou que tenha buscado tratamento.

Por essas razões, alegou que deveria ser reconhecida a legalidade da dispensa, pois a CLT prevê, no artigo 482, “f”, a possibilidade da justa causa quando se trata de embriaguez habitual.

Relator do recurso na Sétima Turma, o juiz convocado Flavio Portinho Sirangelo esclareceu que são inespecíficas as decisões apresentadas pelo empregador para demonstrar divergência jurisprudencial - ou seja, conflito de entendimentos quanto ao tema, que poderiam levar ao exame do mérito do recurso -, nenhuma delas se referindo “à hipótese de embriaguez contumaz, em que o empregado é vítima de alcoolismo, aspecto fático expressamente consignado no acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (SP)”.

Além disso, o argumento de que não foi provada a dependência química do trabalhador implicaria em rever as provas, “procedimento vedado nesta esfera recursal pela Súmula 126 do TST", afirmou o relator, acrescentando que a jurisprudência do Tribunal “tem entendido que o alcoolismo crônico, atualmente reconhecido como doença pela OMS, não acarreta a rescisão contratual por justa causa”.

Nesse sentido, o relator citou, inclusive, diversos precedentes, entre os quais, dos ministros Lelio Bentes Corrêa, Dora Maria da Costa e Rosa Maria Weber. “O alcoolismo crônico é visto, atualmente, como uma doença, o que requer tratamento e não punição”, afirmou a ministra Dora.

Por sua vez, a ministra Rosa, ao expressar seu entendimento sobre a questão, esclareceu que a síndrome de dependência do álcool “é doença, e não desvio de conduta justificador da rescisão do contrato de trabalho”.

Com a mesma orientação, o ministro Lelio avaliou que a patologia “gera compulsão, impele o alcoolista a consumir descontroladamente a substância psicoativa e retira-lhe a capacidade de discernimento sobre seus atos”.

O ministro ressaltou a importância da atitude do empregador, que deveria, segundo ele, antes de qualquer ato de punição, “encaminhar o empregado ao INSS para tratamento, sendo imperativa, naqueles casos em que o órgão previdenciário detectar a irreversibilidade da situação, a adoção das providências necessárias à sua aposentadoria”.

Após destacar a relevância do tema, a Sétima Turma acompanhou, por unanimidade, o voto do juiz Flavio Sirangelo, pelo não conhecimento do recurso de revista.

Fonte: Tribunal Superior do Trabalho

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Defesa Civil decreta estado de alerta em SP por baixa umidade

A Defesa Civil de São Paulo decretou na tarde desta segunda-feira estado de alerta em toda a cidade, devido à baixa umidade relativa do ar. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), a estação automática do Mirante de Santana registrava 20% de umidade por volta das 12h30.

O órgão recomenda que a população evite atividades ao ar livre e exposição ao sol entre 10h e 17h e não pratique exercícios entre as 11h e 15h. É aconselhável a ingestão de bastante líquido para não ter problemas de desidratação.

A Defesa Civil alerta ainda à população para que não coloque fogo em terrenos baldios e vegetação seca, pois a baixa umidade relativa do ar pode aumentar as chances de incêndio nas pastagens e florestas.
Fonte: Portal Terra

Anvisa determina banimento de agrotóxico em território nacional.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou o banimento, no Brasil, da substância Endossulfan, utilizada em agrotóxicos. A resolução, que determina a retirada programada do Endossulfan do mercado brasileiro no prazo de três anos, foi publicada na última segunda-feira (16) no Diário Oficial da União.

Segundo a Anvisa, a medida é fundamentada em estudos toxicológicos que ligam o uso do agrotóxico a problemas reprodutivos e endócrinos em trabalhadores rurais e na população. Pela programação, o produto não poderá mais ser importado a partir de 31 de julho de 2011. Um ano depois, sua produção em território nacional será proibida e, em 2013, o ingrediente não poderá mais ser comercializado.

Segundo o gerente de toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles, a retirada do Endossulfan do mercado foi pensada de uma forma que os agricultores conseguirão substituir seu uso por produtos menos nocivos à saúde humana. Algumas normas, como a proibição de seu uso para controle de formigas, ou uso embalagens metálicas, entram em vigor imediatamente.

A Anvisa também informou que o Endossulfan já está banido em 44 países e sofreu fortes restrições em mais 16. O agrotóxico foi colocado em reavaliação em 2008, mas, por uma série de decisões judiciais, a sua reavaliação ficou impedida por quase um ano.
Fonte: Produtos Perigosos

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Cinco dicas para o ‘faz tudo’ cumprir sua agenda.

* Por Ana Carolina Franceschi Simões

Você consegue cumprir sua agenda ou está atolado de trabalho e tem de fazer horas extras com frequência?

Hoje vivemos numa era em que a velocidade das notícias é frenética. Com a internet e as redes sociais temos a sensação de que não conseguimos acompanhar tudo, no entanto, não queremos ficar fora das rodas de discussão, dos sites de relacionamentos e parecer desatualizados. E agora, tudo é para ontem. As empresas de e-commerce estão cada vez mais rápidas em suas entregas, pois o consumidor quer ter a comodidade de fazer compras online e receber na mesma hora. Não conseguimos esperar sites que demoram mais que dez segundos para abrir. As redes de fast foods ganham cada vez mais versões, pois é preciso se alimentar rapidamente.

E no ambiente de trabalho? Se você estava sobrecarregado, agora tem de dar conta de responder emails instantaneamente, senão o remetente fica desesperado; de participar de conference call de última hora com a filial no exterior e ainda escrever atas e postar na extranet da empresa. Com tudo isso, você é um profissional que se vangloria por que faz horas extras e nem tirou férias? Em caso positivo, é melhor rever seus conceitos.

O profissional 'faz tudo' que atendia aos pedidos de todo mundo, levava trabalho para casa, não tinha tempo de lazer e nem dava atenção para os filhos, não ganha mais pontos. Hoje é verdadeiramente visto como capaz e eficiente, o que cumpre prazos, tira férias anuais e tem tempo de qualidade com a sua família.

Mas na era da ansiedade, como administrar este tempo? Como acabar com a angústia de ter deixado muitas tarefas para o outro dia? Abaixo algumas dicas para que o seu dia renda e você consiga sair do trabalho com o sentimento de dever cumprido.

1 - Estabeleça o que é importante para você e para o seu chefe - Além de ser necessário diferenciar o que é urgente do que é importante, precisamos nos adaptar aos pedidos de nossa chefia ou colegas. Um passo importante é sempre perguntar ao requisitante qual a urgência e o prazo para que esta tarefa seja concluída. Muitas vezes, a atividade nem é tão urgente assim, mas ao recebermos, nos sentimos na obrigação de terminá-las, prejudicando o que havíamos programado para o nosso dia de trabalho. Comunicação é uma palavra importantíssima no processo de administração de tempo.

2 - Saiba dizer "não" - Não é porque negamos a participação em uma reunião, ou não aceitamos fazer determinada tarefa em tal prazo que iremos ser taxados de descomprometidos ou preguiçosos. Ao contrário. Se tivermos boas justificativas para não comprometer as outras atividades em andamento, demonstramos o quanto temos controle de todas as tarefas. O profissional que aceita tudo que lhe é pedido, com certeza faz mais horas extras que o necessário.

3 - Avalie se reuniões são mesmo necessárias - Reuniões são outro grande mal das grandes corporações. A quantidade de encontros para as quais somos chamados certamente poderia diminuir um bocado.

Analise se realmente a reunião é necessária. Em caso positivo, envie a pauta para todos os envolvidos com antecedência, seja objetivo e, como num debate na tevê, utilize um cronômetro para que ninguém estoure o tempo. Caso contrário, as discussões começam a se dispersar e a reunião termina com nenhum resultado produtivo. No caso de estar com outras tarefas urgentes, podemos pedir que um colega vá em nosso lugar, ou simplesmente solicitar a ata, após a reunião. Portanto, estabeleça estes filtros para ganhar mais tempo no trabalho para o que realmente é importante.

4 - Não deixe que emails e mensagens instantâneas atrapalhem a sua concentração - Como lidar com e-mails intermináveis, mensagens instantâneas e posts em mídias sociais que nos tomam boa parte do dia? Uma dica é programar um horário para fazer cada uma destas tarefas, para não ficar o dia todo em meio a todas estas informações. O email, ainda o meio mais comum de comunicação, pode ficar fechado quando estivermos fazendo uma tarefa que exija concentração ou que tenhamos um prazo curto para entregar.

Desta forma, não vamos nos distrair a cada email que chegar. As mensagens instantâneas devem ser utilizadas para facilitar o nosso dia a dia e não atrapalhar. Use os recursos de mudar seu status para ocupado ou urgente, ou simplesmente desligue quando precisar cumprir um prazo apertado.

5 - Considere um espaço para imprevistos em sua agenda - Use e abuse do seu calendário e/ou agenda e mantenha-se sempre a par de suas próximas atividades e reuniões. Porém considere sempre um tempo para os chamados "imprevistos". Se a agenda estiver 100% cheia em um dia e algo inesperado ocorrer, como um pedido da diretoria ou um telefonema mais longo de um cliente, a programação vai por água abaixo e teremos de ficar até mais tarde. Um espaço para imprevistos evita que isso aconteça e aumenta a chance de sair no horário e assim termos tempo para a família e amigos.
Fonte: administradores.com.br
* Ana Carolina Franceschi Simões - sócia da MultiMeta Treinamentos, com ampla experiência profissional na área de marketing e pesquisa; é formada em Publicidade pela Faculdade Casper Líbero, com MBA na FIA USP; atua como professora de Marketing da Faculdade Uniban.

Mentir no currículo pode virar crime. Saiba como aprimorá-lo falando a verdade!

* Renato Grinberg

Um novo projeto de lei está em aprovação na Câmara dos Deputados e caracteriza mentiras no currículo como ação criminal, com detenção de dois meses a dois anos para os infratores.
Quem nunca aumentou alguma informação no currículo profissional só para parecer mais atraente ao mercado de trabalho? Como a possibilidade é real, recrutadores estão cada vez mais preparados para tirar todas as informações do candidato, inclusive, se ele está falando a verdade ou não. Até o momento, o máximo que podia acontecer com o candidato era ser desmascarado e passar vergonha perante a empresa e os demais concorrente, mas agora pode virar crime!

Um novo projeto de lei está em aprovação na Câmara dos Deputados e caracteriza mentiras no currículo como ação criminal, com detenção de dois meses a dois anos para os infratores. Segundo o autor do texto, o deputado Carlos Bezerra (PMDB/MT), caso seja aprovado, a punição será dada aos que falsificarem o documento integralmente ou em parte, uma vez que essa situação cause danos a terceiros ou permita que o infrator obtenha algum tipo de benefício.

Isso mesmo, uma pequena mentira pode virar um grande problema. Então encare aquilo que falta no seu currículo como uma necessidade, e vá em busca de suprir essa deficiência. Afinal, agir dessa maneira é um meio de investir em você e na sua carreira. Abaixo listo algumas dicas de como montar o currículo ideal e por onde começar para que consiga obter destaque perante os demais - falando apenas a verdade!

1) Não possui essa qualificação? Busque-a! – Imagine que as vagas para as quais você concorre requeiram inglês fluente, mas você só sabe o básico. O que faz então? Colocar no currículo que possui conhecimento avançado não é uma boa idéia, pois será desmascarado facilmente pelo entrevistador quando ele aplicar um teste. Você não poderá colocar essa falsa informação a vida inteira, então encare isso como uma oportunidade que bate à sua porta. Faça o curso e dedique-se, porque ele não é um gasto a mais no seu planejamento, é o seu maior investimento!

2) Ressalte os pontos mais relevantes – Nada de soltar "spam" de currículo ou fazer dele um e-mail marketing. Isso quer dizer que não deve mandar o mesmo documento para todas as oportunidades, mas adaptá-lo a cada vaga. Caso o emprego seja para Vendas, por exemplo, e sua maior qualidade é relacionamento interpessoal ou habilidade de persuasão, essa é a primeira coisa que deve destacar no resumo profissional, abaixo dos dados pessoais. Mesmo que não tenha experiência, deixe claro que tem força de vontade e capacidade para tal. Em outras palavras, por que não tentar obter seu destaque desta forma?

3) Deixe o currículo bonito e fácil de ler – Isso não quer dizer que você deve "enfeitar" o documento, mas deixá-lo legível. É mais atraente ler algo bem estruturado do que uma bagunça na qual não é possível absorver nada. Então, separe os quadros de informações, não há uma ordem certa para elas aparecerem.

Por exemplo: se acha que a sua pós-graduação é mais relevante para o cargo do que sua experiência em outra área, isso deve vir primeiro, após destacar no currículo o quadro "Formação profissional". E não esqueça de padronizar os dados, sempre com o mesmo bullet ou sublinhado.

Para não cometer esse erro, saiba quais são as 12 inverdades mais comuns:

As mentiras que as pessoas contam:

1) Formação acadêmica;
2)Fluência em idioma estrangeiro;
3)Falsa experiência na área em que deseja atuar;
4)Acréscimo de atribuições no cargo anterior;
5)Últimos cargos supervalorizados;
6)Salário anterior;
7)Maior tempo de permanência na antiga empresa;
8)Curso de informática;
9)Participação inexistente em trabalhos voluntários;
10)Garantia de mobilidade e flexibilidade;
11)Estado civil;
12)Idade.
Fonte: Trabalhando.com
* Renato Grinberg - diretor Geral do portal de empregos Trabalhando.com.br e especialista em carreiras e mercado de trabalho. Grinberg desenvolveu sólida carreira internacional, tendo trabalhado em empresas como a Sony.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

TST decide interditar máquina que causava mutilações em empregados.

A constatação da ausência de precauções para evitar graves e repetidas mutilações em empregados da Calçados Azaléia Nordeste S.A., em acidentes envolvendo a operação de uma máquina denominada Matriz Injetora de Acetato de Etil Vinil (EVA), motivou a Seção II Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho a julgar improcedente mandado de segurança da empresa e manter decisão da 20ª Vara do Trabalho de Salvador, determinando a interdição do equipamento por meio de liminar.

O ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, relator, esclareceu aos demais ministros da SDI-2 que, na fábrica da Azaléia, ocorreram acidentes com a amputação de dedos, punhos, mãos e antebraço dos empregados. Explicou, ainda, que, segundo documento técnico e notificação emitidos pelo Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador (Cesat), órgão do Governo do Estado da Bahia, a “empresa teria alterado o ciclo de funcionamento da máquina para obter maior produtividade e, com essa alteração, a situação tem ensejado esses reiterados acidentes do trabalho com graves consequências”. A seguir, o ministro Bresciani propôs o restabelecimento da decisão liminar.

Diversos ministros se manifestaram, sensibilizados com o caso. O ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho fez referência a uma reportagem televisiva sobre a questão, em um município do Estado da Bahia, “revelando um exército de mutilados, em decorrência da atuação dessa mesma empresa”. Em decisão unânime, a SDI-2 manteve o inteiro teor da liminar concedida pela 20ª Vara do Trabalho de Salvador, com a interdição dos equipamentos, até que a empresa comprove que as máquinas injetoras contam com dispositivos de segurança suficientes para impedir o seu fechamento enquanto ocorre o manuseio interno pelo trabalhador.

O processo

A origem da reclamação está em uma ação civil pública, ajuizada pelo MPT em 2003, com o objetivo de que a Azaléia adotasse medidas para proteção e saúde dos empregados na sede em Itapetinga e nas filiais no interior da Bahia. Para verificar se as obrigações proferidas na sentença, já transitada em julgado, estavam sendo cumpridas, o MPT solicitou, em 2008, inspeção e relatório ao Cesat e à Superintendência Regional do Trabalho.

Foi constatado, então, em fevereiro de 2008, que haviam ocorrido na empresa seis acidentes graves, com mutilações de membros dos empregados. Segundo documento técnico do Cesat, as medidas adotadas pela empresa não foram suficientes para prevenir a ocorrência de outros eventos com a mesma gravidade. Diante do risco iminente, o Cesat notificou a empresa. Novos casos foram registrados e o MPT, então, requereu a liminar, em ação cautelar, na 20ª Vara do Trabalho em Salvador, a qual foi concedida diante da situação de perigo.

A empresa, porém, impetrou mandado de segurança ao Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA), que mandou cessar os efeitos da liminar da 20ª Vara. Em sua fundamentação, o TRT/BA afirma que a decisão da Vara do Trabalho atenta contra exigências constitucionais e que “o fechamento da fábrica, cujo funcionamento foi regularmente autorizado pelos poderes públicos, na forma da lei em vigor, representaria inaceitável abuso de autoridade”.

Contra esse resultado, o Ministério Público do Trabalho interpôs recurso ordinário em mandado de segurança ao TST, defendendo a legalidade do ato da Vara do Trabalho, porque a máquina injetora continuava a oferecer perigo aos trabalhadores, com risco de novas mutilações, o que provocaria perdas irreparáveis. Ao examinar o recurso, o ministro relator verificou a importância dos fatos registrados pelo documento técnico emitido pelo Cesat e a necessidade de celeridade da decisão da SDI-2.

Mais produção

Segundo a descrição do Cesat, verifica-se a falta de adequado treinamento dos empregados e a extrema pressão a que são submetidos para não deixarem a matriz passar com sobra de solado, sob pena de advertência e suspensão. Além disso, trabalhadores que auxiliavam na organização do processo de produção foram designados para substituir operadores mais experientes durante a hora de almoço e em outras ocasiões, para não prejudicar a produção.

O documento relata, ainda, que durante as atividades de extração de solado os trabalhadores são obrigados a acessar o interior da máquina injetora sob risco de acidente, e que, um dos casos de mutilação somente ocorreu porque “o sistema de proteção da máquina falhou, acionando o comando de fechamento das matrizes de moldagem antes do tempo previsto, enquanto o trabalhador estava com os braços no interior da máquina realizando atividade de extração e limpeza dessas matrizes”.

Reconhecendo a gravidade do caso, a SDI-2, então, restabeleceu a decisão da liminar proferida pela Vara do Trabalho, inclusive assegurando aos empregados, que operam as máquinas injetoras de EVA, os salários e outros direitos decorrentes do contrato de trabalho, bem como estabilidade temporária pelo período que durar a medida.
Fonte:TST

Produção enxuta, ergonomia e seus entrelaçamentos.

A produção enxuta é tida como o padrão produtivo que possibilita altos níveis de qualidade e produtividade por meio da eliminação dos desperdícios dos processos de produção. E, por sua vez, a ergonomia organizacional tem como alvo aquilatar as condições humanas (físicas e mentais) a partir de suas teorias, princípios e métodos buscando impedir danos à saúde e a segurança dos trabalhadores.

A ergonomia, sendo conhecida como a ciência que estuda as várias interações do ser humano com o ambiente de trabalho, detém um campo de alcance bastante amplo que acumula diversas atividades. Os movimentos, a postura, os postos de trabalho, as formas de organização do trabalho e o fluxo de informações são alguns desses exemplos.

A Ergonomia Organizacional Emprega às Técnicas da Produção Enxuta

A produção enxuta representa uma modificação das normas tradicionais de produção e para que esse preceito seja consolidado são empregadas diversas práticas, onde o Kanban, Layout celular, Poka-yoke, e o Setup rápido são alguns dos exemplos a entrelaçarem a ergonomia de forma mais expressiva.

KANBAN

Palavra japonesa que significa "cartaz ou cartão", e tem a finalidade de representar um sinal. O Kanban é considerado a pedra angular da produção puxada (pull system) – que, por sua vez, é integrante do just-in-time. Instituída como uma ferramenta de gerenciamento visual, o Kanban utiliza painéis normalmente vermelhos, amarelos e verdes, no propósito de indicar ao (s) operador (es) o que deve ser produzido no momento. O vermelho vem como a prioridade de número 1, o amarelo a prioridade 2 e o verde a 3. No caso da falta do item que está na condição da cor vermelha, por exemplo, (o que não exclui o valor e a importância das demais) pode haver falta de peças e todo o fluxo poderá sofrer descontinuidade.

Entrelaçamento Ergonômico – Utilização das cores no ambiente de trabalho dinamizando o sistema de informação visual; identificação do material em processo evitando desperdícios como superprodução; simplificação do trabalho administrativo uma vez que os operadores possuem maior autonomia para a tomada de decisões.

LAYOUT CELULAR

Em um layout celular, normalmente arranjado em formato de U facilitando a integração entre as pessoas do grupo, os trabalhadores tendem a operar como uma equipe produzindo peças inteiras ou um produto completo, ou seja, atuam de modo distinto às operações habituais nas quais são realizadas tarefas fragmentadas e geralmente isoladas. Com uma configuração espacial arranjada desta forma, as atividades tendem a não tornassem repetitivas, o que pode incidir na diminuição dos casos de LER/DORT. Além disso, há a possibilidade dos operadores discutirem e procurarem soluções por conta própria a respeito dos possíveis problemas das células onde operam.

Entrelaçamento Ergonômico – Evolução do trabalho a partir da não participação de apenas um trabalhador; tendência do operador passar a trabalhar tanto em pé quanto sentado, movimentando-se em mais de um posto; menor esforço biomecânico quando da movimentação de cargas em virtude de distâncias mais curtas.

POKA-YOKE

Expressão japonesa que pode ser definida como "à prova de erros" ou "isenta de falhas", tal artifício constitui-se de técnicas utilizadas com o propósito de que erros humanos sejam evitados. De uma maneira prática, este termo é tido como qualquer dispositivo capaz de auxiliar na prevenção de falhas ou erros em atividades produtivas. A ergonomia pode interagir nesse aspecto por meio de gabaritos ou outros dispositivos que impeçam ou diminuam a ocorrência de erros, por meio do princípio da compatibilidade espacial ou por meio da utilização de cores, formas, texturas, entre demais alternativas.

Este conceito foi desenvolvido a partir da idéia de não apenas zerar a ocorrência de defeitos, mas sim também eliminar inspeções e controles adicionais, e alguns de seus exemplos mais comuns são:

• Softwares capazes de identificar a seqüência e o número de componentes durante a montagem do produto;

• Sensores de posicionamento de peças em máquinas e de dispositivos;

• Sensores colocados em máquinas a fim de que seja permitida a liberação do equipamento após a correta montagem da ferramenta ou da peça;

• Aplicação de cores em tomadas a fim de indicar a correta conexão dos cabos.

Entrelaçamento Ergonômico – Enriquecimento do trabalho a partir da autonomia dos trabalhadores em parar a linha de produção em caso de problemas; tamanho cômodo de letras e números e combinação de cores a fim de facilitar a compreensão visual; design ergonômico dos dispositivos para a não ocorrência de erros.

SETUP RÁPIDO

Para que seja executada a modificação da produção de uma peça para outra em determinada máquina, deve-se fazer com que essa modificação seja desempenhada em menor tempo possível, e tal realização abrange o acolhimento a procedimentos instituídos pela empresa. Há de se saber se os métodos foram constituídos de forma a promover o entendimento dos encarregados pela troca e se tal tarefa prescrita está sendo de fato empregada – com todos os seus parâmetros securitários – ou se está sendo atualizada apenas para abreviar o tempo, com possíveis riscos à segurança. As formas físicas das ferramentas e os mecanismos de movimentação das cargas utilizados para o setup devem ser ajustados com a necessidade de troca rápida com segurança.

Entrelaçamento Ergonômico – Cumprimento às atividades determinadas relativas à troca rápida; conformação dos métodos escritos no intuito de facilitar o entrosamento entre os trabalhadores; desenho ergonômico das ferramentas e dos meios de movimentação de peças para possibilitar troca rápida sem comprometer a segurança.

Além de suas técnicas, a produção enxuta prevê uma série de ações voltadas à qualidade de vida do trabalhador, o que estabelece que as organizações não apenas devem centralizar seus esforços em processo produtivo em si caso ambicionem melhores resultados de modo pleno (não apenas setoriais). Deste modo, os princípios necessários para o êxito de uma empresa enxuta estão também na valorização da organização por meio do desenvolvimento de seus trabalhadores.
Fonte: Administradores

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Gravidez durante aviso-prévio dá direito à estabilidade de gestante.

Por entender que o aviso-prévio indenizado faz parte do contrato de trabalho, inclusive para a incidência da estabilidade no emprego, uma ex-funcionária gestante consegue direito a verbas trabalhistas da estabilidade provisória estabelecida na Constituição. A decisão foi da Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho que deu provimento a recurso de revista da trabalhadora, cuja gestação ocorrera no período do aviso-prévio.

No fim do contrato de trabalho, a ex-funcionária comprovou o início da concepção dentro do período do aviso-prévio. O Tribunal Regional da 5ª Região (BA) negou o pedido de estabilidade, argumentando que o aviso não integra o contrato de trabalho, de modo que as vantagens surgidas naquele momento estariam restritas a verbas relacionadas antes do requisito, conforme interpretação dada na primeira parte da Súmula nº 371 do TST.

Diante disso, a trabalhadora interpôs recurso de revista ao TST. O relator do processo na Sexta Turma, ministro Maurício Godinho Delgado, deu razão à ex-funcionária. Segundo o ministro, o dispositivo constitucional que vedou a dispensa arbitrária de empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto (artigo 10, II, “b”), buscou garantir o emprego contra a dispensa injusta e discriminatória, além de assegurar o bem-estar do bebê.

O relator destacou que o período de aviso-prévio integra o contrato de trabalho para todos os efeitos, inclusive para a incidência da estabilidade no emprego. “O aviso não extingue o contrato, mas apenas firma o prazo para o término”.

Maurício Godinho ressaltou ainda que entendimento semelhante foi confirmado por maioria da SDI-1, no julgamento do processo E-ED-RR- 249100-26.2007.5.12.0004, da relatoria do ministro Horácio de Senna Pires.

Na sessão decidiu-se que a concessão da estabilidade da gestante relaciona-se à dignidade da pessoa humana e do bem-estar do nascituro, de modo que direitos fundamentais previstos na Constituição, como a proteção à maternidade e à infância (artigos 6º e 7º, XVIII), à família (artigo 226), à criança e ao adolescente (artigo 227) não poderiam ser restringidos por interpretação da jurisprudência.

Com esses fundamentos, a maioria da Sexta Turma – vencido o ministro Fernando Eizo Ono – deu provimento ao recurso de revista da ex-funcionária e condenou a empresa ao pagamento dos salários e demais direitos correspondentes entre a data da despedida e o final do período de estabilidade de gestante.
Fonte: Tribunal Superior do Trabalho

Síndrome de burnout afeta um número cada vez maior de profissionais.

Você se irrita ao extremo no trabalho e está com a sensação de esgotamento físico e mental? Apresenta falta de concentração e falhas de memória? Fique atento, pois você pode ser mais uma vítima da Síndrome de Burnout, que vem atingindo um número cada vez maior de brasileiros.

De acordo com o psiquiatra e médico do trabalho Duílio Antero de Camargo, presidente da Comissão Técnica de Saúde Mental e Trabalho da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), o transtorno está vinculado a uma exposição contínua a fatores de estresse crônicos no ambiente profissional e costuma causar inúmeros prejuízos ao trabalhador.

A síndrome, classicamente, resulta em três problemas principais: a exaustão emocional, caracterizada por fadiga, fraqueza, falta de esperança, impaciência, irritabilidade e dificuldade em lidar com as situações estressantes; a diminuição da realização pessoal, caracterizada, por exemplo, pela baixa satisfação com as atividades do trabalho e pela perda da competência; e a despersonalização, ou seja, o distanciamento afetivo e a insensibilidade em relação às demais pessoas. Camargo ressalta que, embora a pessoa afetada possa apresentar alguns sintomas de depressão, a síndrome não se caracteriza como um transtorno depressivo, segundo diversos autores.

- Por ser muito limitante, a síndrome acaba gerando altos índices de absenteísmo (faltas) e incapacidade ocupacional, além de fazer com que a pessoa tenha grandes dificuldades de manter os relacionamentos pessoais - acrescenta o representante da ANAMT.

Uma característica marcante dos trabalhadores que desenvolvem a Síndrome de Burnout é a dedicação exagerada ao trabalho, afirma o médico Clóvis Cechinel, responsável pelo setor de medicina do trabalho da DASA, prestadora de serviços de medicina diagnóstica. O desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é uma fase importante da síndrome: o portador de Burnout mede a autoestima pelo sucesso profissional.

- O que tem início com satisfação e prazer termina quando esse desempenho não é reconhecido. Nesse estágio, o profissional apresenta necessidade de se afirmar e o desejo de realização profissional se transforma em obstinação e compulsão - diz Cechinel.

Vítima da síndrome, a economista Isabela, de 28 anos, que trabalha numa empresa privada de planos de saúde, decidiu procurar ajuda quando seu nível de estresse foi às alturas e ela não conseguia mais se concentrar:

- Eu andava muito irritada, sem paciência, e intolerante com todos os meus colegas de trabalho. Achava que a minha palavra tinha que ser a última, pois não conseguia ouvir ninguém falar. Isso também refletia na minha vida pessoal e eu já não conseguia me relacionar com as pessoas no dia a dia.

Com o tratamento a que se submeteu, Isabela começou a dominar melhor seus impulsos e a perceber que existiam outras pessoas ao seu redor:

- Vi que precisava me controlar para não tratar mal os outros. Passei a reconhecer minhas fraquezas e aprendi a parar, respirar, pensar e meditar para não tomar nenhuma decisão precipitada.

A psicóloga Fátima Bittencourt, diretora do Grupo Sanare, esclarece, por sua vez, que o Burnoutnão acontece do dia para a noite: é um estado de esgotamento emocional e físico causado pelo estresse excessivo e prolongado. A doença afeta especialmente aqueles profissionais obrigados a manter contato intenso e solidário com a causa alheia, como é o caso dos médicos, enfermeiros, psicólogos, professores e policiais. Recentemente, foram detectados muitos casos entre os funcionários das companhias aéreas, por conta dos grandes níveis de estresse no setor nos últimos anos.

- É muito comum confundir o transtorno com o estresse por conta de sintomas parecidos, como dores de cabeça, insônia, gastrite, lapsos de memória, falta de atenção, diarréia, alterações menstruais e de humor. No entanto, é preciso deixar claro que a síndrome está diretamente ligada à tentativa de adaptação a uma situação claramente desconfortável no trabalho - esclarece Fátima.

Pesquisa realizada pela International Stress Management Association do Brasil (ISMA-BR), com mil profissionais de São Paulo e Porto Alegre, com idades entre 25 a 60 anos, revela que no Brasil o problema atinge 30% da população economicamente ativa (PEA). Os dados mostram ainda que, dos 30% dos entrevistados que sofrem de burnout, 94% se sentem incapacitados para trabalhar; 89% praticam presenteísmo - significa que estão presentes no trabalho, mas não conseguem realizar as tarefas propostas -, e 47% sofrem de depressão.

O estudo fez ainda um comparativo do desempenho profissional de um portador de burnout com o dos demais trabalhadores: em média, é de cinco horas a menos. Entre os sintomas do burnout que mais incomodam, 93% alegam a exaustão; 86%, a irritabilidade; 82% a falta de concentração e 74% enfatizam a dificuldade de relacionamento no ambiente profissional.
Fonte: ABP - Associação Brasileira de Psquiatria

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Explosão ocorre em indústria química de Taubaté/SP.

Um trabalhador morreu e dois ficaram gravemente feridos em uma explosão em indústria química de Taubaté, no Vale do Paraíba, ocorrida no início da noite do dia 15 de agosto. A empresa tem cerca de 40 funcionários e produz resina, biodiesel e outras substâncias utilizadas na fabricação de medicamentos veterinários.

Por volta das 19h20min ocorreu a primeira explosão, em uma tubulação. Ninguém estava na linha de produção quando começou o incêndio. Técnicos da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) foram acionados. Ao verificar o aparelho, foram surpreendidos por uma segunda explosão. "Houve a primeira explosão, a brigada de incêndio da empresa foi verificar o que era, ocorreu a segunda e vitimou uma pessoa e feriu duas", explicou o capitão dos bombeiros Luiz Alves. Um dos homens da brigada de incêndio morreu na hora, outros dois ficaram feridos e foram internados na UTI de um hospital da cidade.

Segundo bombeiros, todas as medidas de segurança foram adotadas por eles. A tubulação verificada é de um material químico usado na fabricação de remédios. Mais de 20 homens do Corpo de Bombeiros participaram do socorro e da ação de controle da área. A perícia também esteve no local. O fogo já estava controlado às 20h25min. As explosões foram percebidas por pessoas que moram próximo à empresa.

A empresa deve permanecer fechada até que seja apontada a causa do acidente. A fábrica já havia registrado uma explosão em abril de 2009, quando dois funcionários foram atingidos por estilhaços.
Fonte: G1

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Número de acidentes com animais peçonhentos cresceu 32,7% nos últimos seis anos.

O número de acidentes com animais peçonhentos cresceu 32,7% nos últimos seis anos, segundo balanço do Ministério da Saúde. Em 2009, foram registrados 90.558 casos em todo o Brasil e 309 mortes causadas por esse tipo de acidente. Em 2003, foram 68.219 notificações.

Os dados de 2009 demonstram que os escorpiões estão no topo da lista de acidentes com 45.721 registros, seguidos das serpentes, com 22.763. Aranhas e lagartas seguem, respectivamente, com 18.687 e 3.387 casos. Animais peçonhentos são aqueles que possuem veneno e capacidade para injetá-lo por meio de dentes ou ferrões.

Chuvas, queimadas e alagamentos contribuem para aumentar o número de casos. “A hipótese é que com esses fatores os animais fogem do seu esconderijo para procurar outro abrigo. Se houver cidade por perto, é nesse local que os animais irão se instalar”, disse Daniel Sifuentes, responsável pela área técnica de Animais Peçonhentos, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Em caso de acidentes, a recomendação é procurar uma unidade de saúde e não lavar o local ou utilizar produtos sem prescrição médica. “A maioria das pessoas não conhece os animais e, quando ocorre o contato, não dá o devido valor para o evento, por não achar grave. Mas, se ocorrer algum acidente com esse tipo de animal, é importante procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo”, explica Daniel.

Algumas medidas podem ser adotadas para evitar o contato e um possível acidente. No caso do escorpião, por exemplo, é importante não andar descalço. Além disso, antes de calçar sapatos ou de vestir roupas, é necessário verificar e sacudir as peças. Para impedir a entrada desses animais nas casas, é preciso tampar frestas, janelas e ralos. Evite também queimar terrenos e assim desalojar escorpiões e outros animais. O escorpião se alimenta principalmente de baratas, então é importante combater o inseto.

Para as aranhas, a recomendação é igual à dos escorpiões, mas é preciso tomar cuidado também com quadros, armários e cantos de parede, locais onde esses animais costumam ficar.

No caso das serpentes, a dica é usar sempre proteção nas pernas e nos pés. Botas com material rígido são uma boa opção. “Com esses cuidados, até 80% dos acidentes com serpente podem ser prevenidos”, alerta Sifuentes. Para evitar acidentes com lagartas a dica é evitar encostar em árvores e arbustos.
Fonte: Agência Brasil

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Qual o rótulo da sua organização?

Por: João Paulino Quartarola *
Sempre que alguém fala em felicidade, ela é relacionada ao sorriso, à alegria, ao bom humor. Assim uma pessoa sorridente e alegre é dada como feliz. E quem aparece de cara amarrada, emburrado, é dado como infeliz. A partir da aparência construímos um estereótipo que classifica as pessoas, rotulando-as fazendo com que vejamos de certo jeito e não de outro. Quando rotulamos alguém de incompetente estamos nos referindo a alguém que não obteve o resultado que esperávamos que conseguisse. A esse rótulo estamos associando uma crença, em julgamento. Muitas vezes mal conhecemos pessoas e de imediato atribuímos rótulos predeterminados, que não deixam de ser “pré-conceitos”. Para se conhecer melhor uma pessoa é preciso tempo, muita conversa e muita interação. Recordo-me de uma situação, quando já estava na organização que trabalho e ocupava pela primeira vez uma função de chefia, quando apresentado para um novo funcionário. Pelos primeiros contatos, tipo de conversa, vestuário, maneira de se comportar, fundamentado nos meus valores, rotulei o colega com poucos, muito poucos dados. Em tão pouco tempo, de forma irresponsável, passei a comentar sobre o colega nomeando alguns desses rótulos: organizado, bonzinho, tímido, abusado, atrevido, simpático, comunicativo, indeciso, arrogante, competente, criativo, esquisito. Quando isso acontece estamos identificando o outro com um rótulo que criamos em nossa mente. E assim, muitas vezes, acabamos nos relacionando não com as pessoas em si, mas com rótulos que foram colocados por outros ou por elas mesmas. Quando rotulamos uma pessoa, estamos limitando-a tão somente no que achamos. E vemos a pessoa com os limites que colocamos nela. O problema é que você diz a uma pessoa que ela é aquilo e desiste dela, e pior ainda é quando a própria pessoa desiste dela mesma. Aí a pessoa se acomoda, aniquila o seu potencial. Nós não temos o direito de limitar a infinita capacidade humana a um simples rótulo. Assim como fiz com o novo colega, os outros também fazem conosco. Vamos refletir! Considerando o seu desempenho, suas atitudes, seus resultados, como você tem em sua organização? Dependendo do seu comportamento, do que faz, como faz ou senão faz, você pode ter os rótulos de competente, empreendedor, assertivo, decidido, pontual, etc... Mas pode também ser rotulado como atrasado, incompetente, indeciso, acomodado, desinteressado, lento. Nossas atitudes podem confirmar ou não os rótulos que assumimos consciente ou inconscientemente. Se entendermos que o rótulo não é verdadeiro – que ótimo! – podemos demonstrar através de ações que o mesmo não corresponde à realidade, e assim vamos nos libertando dos rótulos auto-impostos ou colocados por interpretações e juízos equivocados de outros. É maravilhoso saber que somos competentes, capazes, habilidosos e também responsáveis para mudar. Não somos alguma coisa, apenas estamos dessa ou daquela maneira. A escolha é nossa! A grande virada está em assumir como estratégia novos procedimentos, nova forma de comportamento, apresentar resultados diferentes que permitam interpretações diferentes. Mudar paradigmas e buscar o que nos leva a ser reconhecidos e rotulados como competentes, criativos, habilidosos, pró-ativos. Esses são os rótulos que as organizações buscam quando selecionam os colaboradores de hoje para serem parceiros nos desafios que o mundo moderno nos convida a encarar a todo instante. Tais rótulos são exigidos não só dos novos colaboradores, mas também daqueles que já fazem parte da organização. Pois, o mercado torna-se exigente a cada momento e para sobreviver na “selva executiva” é preciso contar com profissionais competentes e destemidos, focados no sucesso pessoal e no da organização. Que consigamos ver o outro e nós mesmos como seres humanos plenos, com potencial ilimitado, com possibilidades de conseguir o que desejamos ser, com muita determinação, com foco definido, com vontade de recomeçar quantas vezes forem necessárias. Que não venhamos limitar nenhuma pessoa por uma qualidade ou falha, e que possamos entender quando não faz o que é esperado dela e ajudá-la a crescer. Bem como não venhamos a nos limitar por algum rótulo que vestimos como verdade. Não há um diagnóstico no mundo que faça com que deixemos de ser o ser humano maravilhoso que somos, com todo nosso potencial para crescer e vencer. Busquemos e pratiquemos as ações pertinentes aos rótulos que nos levam a ser os melhores para nós, para os outros e para o mundo.
Fonte: Revista D Marília
* João Paulino Quartarola é administrador de empresas, economista, contador, pedagogo, matemático, possui formação psicanalítica e em terapia holística. É professor da Universidade de Brasília e do MBA da Fundação Getúlio Vargas. Tire suas dúvidas e fale com ele pelo e-mail: jpquartarola@terra.com.br

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Brigada de incêndio livra favela de acidentes em SP

Uma brigada de incêndio formada por moradores da Favela Vila Dalva, na Zona Oeste de São Paulo, livra a comunidade onde vivem cerca de 5 mil pessoas de princípios de incêndios desde 2004. Os brigadistas contam que em seis anos de existência solucionaram cerca de 40 casos em que a rápida atuação deles ajudou a salvar vidas ou impedir que o fogo se alastrasse.

O trabalho auxilia o Corpo de Bombeiros, que, ao chegar ao local das ocorrências, normalmente de difícil acesso, já encontra o trabalho parcialmente resolvido. Entre janeiro de 2008 e junho de 2010, a capital paulista teve 176 incêndios em favelas, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

Autor do "programa de segurança contra incêndio em assentamentos urbanos", o engenheiro José Carlos Tomina, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), formou 65 brigadistas na favela. Eles receberam treinamento e um kit de equipamentos simples: dois extintores de pó químico seco, capacete, óculos, luvas, capa e botas.

O IPT renova periodicamente os equipamentos. "Nesta comunidade, desde então, nunca mais houve incêndio", afirma Tomina. "Depois desse curso, nunca mais teve incêndio na favela", diz a agente de saúde Sandra Lúcia Martins, de 49 anos, uma das coordenadoras da brigada.

Os brigadistas moram em diferentes pontos da favela, mas conhecem bem os nomes das ruas e becos estreitos em que sobram ligações irregulares de energia elétrica. Sempre que há um princípio de fogo eles são mobilizados aos gritos e chegam rapidamente ao local do acidente. "Tem lugar aqui que o bombeiro não entra", diz Sandra, mostrando corredores entre barracos intransponíveis.

A pedido do G1, Sandra reuniu alguns brigadistas da favela. Cada um deles tem uma função pré-determinada no grupo: alerta, combate, isolamento e acionamento dos bombeiros e rescaldo. Sandra reconhece que o grupo corre o risco de se dispersar por falta de reciclagem e também porque alguns moradores mudaram ou arrumaram emprego. "Ao todo, são 60 brigadistas, mas para achar todo mundo é difícil", diz ela.

Sandra apresenta os seguranças Gerson de Jesus Ponciano, de 30 anos, e Julio César Ponciano, de 36 anos, que atuam no combate ao fogo. Assim como Sandra, também são alertas as agentes de saúde Ivani Corrêa de Santana, de 28 anos, a dona de casa Eudildes Caetano dos Santos, de 46 anos, e o motorista de caminhão Eugênio Brasílio da Costa, de 31 anos. "A gente retira bujões, retira pessoas. Quando eles [bombeiros] chegam, já fizemos tudo. Todo mundo acha que é simples, mas depois que existe a gente percebe a importância", afirma Ponciano.

Histórias não faltam. Eles contam que há cerca de dois anos uma criança escondeu-se sob a cama e ateou fogo. Desesperada, a avó jogou o colchão em chamas no corredor que dava acesso ao barraco, mas ficou presa com os netos, cercada pelo fogo, dentro da moradia. Os brigadistas chegaram rapidamente e conseguiram controlar o incêndio antes da chegada dos bombeiros.

Em outra situação, uma criança colocou fogo na cortina do barraco. Na terceira, foi a mãe que saiu para ir ao posto e esqueceu a panela no fogo. Há também casos como um botijão de gás sob ameaça de explosão e da criança encontrada sob a cama para fugir de um incêndio.

Treinamento

Sandra diz que uma das moradoras aceitou fazer o curso e durante o treinamento chegou a chorar antes de dominar o medo das chamas. O treinamento dura cerca de 40 horas e envolve até o combate ao fogo em latões de combustível.

Na mesma época, foram treinadas brigadas na Vila da Paz (Zona Sul), Maria Cursi (Zona Leste), Jardim Jaqueline (Zona Oeste), Jardim Cabuçu (Zona Norte) e em um cortiço na Rua Sólon, no Bom Retiro, região central da cidade. "Os outros ainda continuam ativos, não têm reciclagem, mas ainda existem", afirma o engenheiro Tomina. De acordo com ele, o projeto poderia ser expandido depois para todas as favelas de São Paulo. "A ideia era dar continuidade, mas não ocorreu o que estava programado", diz.

O vereador Celso Jatene aguarda até hoje a regulamentação da lei 15.022, aprovada em novembro de 2009, que cria o programa de prevenção de incêndios em favelas do município. Sem a regulamentação, diz ele, a lei não pode entrar em vigor. "Muitos incêndios poderiam ter sido evitados se a lei já existisse", afirma.

Consultadas pelo G1, as secretarias de Habitação e das Subprefeituras não souberam informar sobre a continuidade do programa de combate a incêndios em favelas ou sobre a regulamentação da lei. A Secretaria Municipal de Segurança Urbana informou apenas que as ações de prevenção em áreas de risco são realizadas regularmente pela Defesa Civil.

Fonte: G1

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Mercado que não cumprir lei das sacolas plásticas no Rio será multado.

A Secretaria estadual do Ambiente do Rio de Janeiro quer reduzir, até o fim do ano, em 30% o volume de sacolas plásticas utilizadas nos supermercados. Fiscalizações têm sido feitas com regularidades para fazer cumprir a lei, que entrou em vigor há um mês, e que prevê a troca das sacolas plásticas por outras reutilizáveis. As empresas que não cumprirem a lei passam a ser multadas em até R$ 30 mil.

Desde a entrada da lei em vigor, a secretaria já fiscalizou 12 estabelecimentos de grande e médio porte. Apenas um descumpria totalmente a lei, dois cumpriam parcialmente e os outros nove agiam corretamente, segundo o coronel José Maurício Padrone, da Coordenadoria Integrada de Combate a Crimes Ambientais, da secretaria.

“A lei entrou em vigor em julho de 2009. As empresas de médio e grande porte tiveram um ano para se adaptar. O prazo venceu em julho. Elas se adaptaram e portanto, não cabe mais orientação”, disse o coordenador, lembrando que as empresas que não cumprirem a lei passarão a ser multadas.

Segundo o coordenador, serão realizadas campanhas educativas para um esclarecimento melhor da população.

Padrone explicou que os estabelecimentos devem oferecer um desconto de R$ 0,3 a cada cinco itens comprados, desde que o consumidor não utilize a sacola plástica. Isso, segundo ele, não gera nenhuma despesa para os supermercados, o consumidor sai ganhando e se polui menos o ambiente.

“A natureza agradece. A meta da secretaria é retirar 700 milhões de sacolas plásticas dos bueiros, do mar, dos lixões, dos rios. É um benefício imensurável para o meio ambiente”, destacou o coronel.

Fonte: G1

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Humilhação no trabalho: Cresce número de ações trabalhistas baseadas em assédio moral.

"Lembrar-me do meu chefe é tão ruim que penso em suicídio", conta a secretária Juliana (nome fictício) sobre como foram os dois anos trabalhando "sob regime de humilhação e constrangimento", típico do assédio moral.

Casos como esse, de agressão psicológica entre chefe e empregado, são mais comuns, mas entre colegas cresce "de forma expressiva", aponta Roberto Heloani, advogado e professor da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas de São Paulo).

Segundo levantamento feito a pedido da Folha pelo Tribunal Superior do Trabalho, em 2009 foram catalogados 434 processos que envolviam assédio moral -66% a mais do que no ano anterior.

Pesquisadores da Fundacentro, ligada ao Ministério do Trabalho, afirmam que o assunto tem sido mais discutido nos últimos três anos, contribuindo para o aumento do número de denúncias.

Mesmo afastados do emprego, profissionais que sofrem esse tipo de violência revivem as sensações de humilhação ao recordarem a rotina de trabalho, afirmam psicólogos e médicos."Ele me chamava de burra na frente dos colegas. Entrei em depressão e fui afastada. Hoje nem consigo passar na rua da empresa. Tenho crises de pânico", diz Juliana.

A secretária atuava em empresa do setor financeiro, cujo nome não autorizou que fosse publicado por temer represálias "físicas", pois afirma ainda sofrer ameaças por telefone. Além de ofensas e sobrecarga de trabalho, ela declara ter sido vítima de uma acusação infundada de roubo por seu superior.

MAIOR NÚMERO DE PROCESSOS

66% : Foi o aumento do número de ações de assédio moral de 2008 (261) para 2009 (434) Em 2010, até julho, foram 245 processos. Em 2007, haviam sido apenas 106. ( Fonte: Tribunal Superior do Trabalho )

Faltam leis sobre assédio moral : Exceção se dá no poder público; projetos pró-empregado tramitam sem previsão de aprovação.

Não há uma lei federal específica que regulamente e garanta estabilidade de emprego a funcionários que sofrem pressão psicológica no ambiente corporativo.Na prática, a Justiça se utiliza dos mecanismos das leis trabalhistas para julgar o assédio moral, o que assegura o direito à indenização por danos morais e materiais nos casos em que a agressão psicológica é comprovada.

"É possível proteger o profissional assediado por meio da reclamação trabalhista", diz Eli Alves Silva, presidente da comissão de Direito do Trabalho da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil).

"Mas, em geral, ele só entra com a ação quando já se desligou do empregador. O medo do desemprego se sobrepõe", complementa.As únicas exceções acontecem no serviço público: alguns municípios e Estados -caso de São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul- têm leis que restringem a prática no setor.

Após uma paralisação no hospital em que trabalhava, a auxiliar de enfermagem Dilma Conceição, 51, foi "ofendida, empurrada e transferida de área". "O diretor me chamou de negra loira e porca. Depois sofri uma pressão profissional muito maior. Acabei doente, tive até AVC [acidente vascular cerebral]", conta. Conceição entrou com ação contra o Estado de São Paulo e ganhou uma indenização de dez salários mínimos.

MUDANÇAS À VISTA

O governo do Estado de São Paulo afirma em nota que "se posiciona veementemente contra tais ações. Mas, infelizmente atos repreensíveis acontecem além do nosso controle. Quem se sentiu ofendido tem todo o direito de recorrer à Justiça."

Foi apresentado em dezembro de 2009 um projeto de lei federal (nº 80/2009) que proíbe empresas condenadas por assédio moral a participar de licitações publicas. O modelo já foi aprovado em lei pelos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

A proposta também prevê a criação de um cadastro nacional de empresas com as organizações condenadas."Assim surge uma "ficha suja", que pode inibir casos desse tipo. As empresas podem passar a não permitir esse tipo de ação para não sofrer punições", defende Candy Florêncio Thomé, juíza do trabalho substituta.

Em outro projeto de lei federal (nº 7.202/2010), o assédio moral é equiparado a acidente de trabalho. Apresentado à Comissão de Trabalho de Administração e de Serviço Público do Senado em maio, propõe a alteração da lei que define os parâmetros de estabilidade de emprego em casos de doenças e acidentes do trabalho assegurados pela Previdência Social.

Se aprovado, garantirá estabilidade ao profissional que sofreu violência psicológica como ocorre com doentes do trabalho

Agressão também ocorre com afastados : Profissionais com doenças ocupacionais enfrentam rejeição ao voltar a trabalhar.

Uma forma comum de violência psicológica no ambiente profissional é a que sofre quem tem doença ou é acidentado no trabalho.O funcionário é diagnosticado e afastado para se recuperar. Ao retornar, precisa ser reabilitado, mas às vezes encontra rejeição de colegas.

"A pessoa doente é vista equivocadamente como frágil ou incapacitada", diz Roberto Heloani, psicólogo, advogado e co-produtor do site www.assediomoral.org. A funcionária pública Débora, que não quis se identificar, ficou afastada três meses por LER (lesão por esforços repetitivos) em seu braço, causada por condições de trabalho. Ao voltar ao emprego, foi hostilizada por colegas que a substituíram.

"Eles dizem que deixei todo o trabalho para eles", diz ela, que foi transferida de setor duas vezes e ainda assim afirma sentir rejeição dos colegas nas novas funções.

Para médicos e psicólogos ouvidos pela Folha, a desmoralização nas equipes é mais frequente que o assédio entre chefe e subordinado.

Frase : "Ganhei a causa trabalhista, mas nada paga o dano moral que sofri. Fui bastante ofendida e ainda me fizeram trabalhar em condições horríveis, até que fiquei doente. Apesar de melhor, não voltei à função original" Dilma Conceição. ( auxiliar de enfermagem que sofreu assédio moral no trabalho )

Agressão é mal caracterizada : Confusão e conivência de colegas dificultam identificação de caso de assédio moral contínuo.

Algumas pessoas confundem assédio com dano moral. Apenas a agressão psicológica continuada caracteriza caso de assédio. "Todo mundo passa por dias ruins no trabalho. Ofensa que ocorreu apenas uma vez pode causar traumas, mas não é assédio", sinaliza Cristiane Queiroz, gerente do departamento de ergonomia da Fundacentro, órgão vinculado ao Ministério do Trabalho.

Por isso a comprovação é difícil. Para reduzir o número de casos, o diagnóstico correto é fundamental, defendem especialistas.

IDENTIFIQUE E SE PROTEJA...

O que é:

Exposição de profissionais a situações humilhantes e constrangedoras de forma repetitiva e prolongada durante o expediente.

Ações comuns:

- Chamar de incompetente Sobrecarregar ou negar informações necessárias à continuidade do trabalho;

- Desmoralizar publicamente, afirmando que tudo está errado ou que seu trabalho é desnecessário à empresa Ignorar a presença do profissional;

- Desviar da função ou retirar material necessário à execução da tarefa, impedindo o trabalho;

- Impor horários fora da jornada ou ser trocado de turno sem ter sido avisado. Pedir a execução de tarefas acima ou abaixo do conhecimento do profissional;

- Hostilizar ou não promover ou premiar um colega com menos experiência, como forma de desqualificar o trabalho realizado;

- Divulgar boatos sobre sua moral ou rumores entre os colegas de que o profissional está com problemas psicológicos;

- Sugerir demissão por saúde quando se está em perfeitas condições de trabalho;

- Expor o funcionário a colegas para desmotivar, como colocá-lo em uma sala onde todos possam observar seu trabalho;

- Rir a distância, conversar baixo para que ele não escute e executar gestos direcionando-os ao profissional.

DO ASSÉDIO MORAL EM SEU TRABALHO

Ambientes propícios e de difícil comprovação.

Empregos de alta competitividade e baixa estabilidade são propícios ao assédio moral. As pessoas não o denunciam porque dependem do salário. Também é comum no serviço público, em que há garantia de estabilidade de emprego. Funcionários podem sofrer agressão psicológica para que desistam do trabalho.

O que pode gerar:

Desmotivação e sensação de inutilidade ao desempenhar funções no trabalho;
Queda da produtividade Sono prejudicado e comprometimento da saúde do profissional;
Vontade de pedir demissão frequentemente.

O que fazer:

Anote todas as ocorrências, guarde e-mails e convença colegas a denunciar o assédio;
Procure seu sindicato ou profissionais responsá-veis como médicos ou advogados;
As denúncias podem ser feitas ao Ministério Público, à Justiça do Trabalho, à Comissão de Direitos Humanos e ao Conselho Regional de Medicina.

(*) Cristiane Queiroz, da Fundacentro; Roberto Heloani, psicólogo, advogado e professor da FGV-SP; e http://www.assediomoral.org/
Fonte: Folha de São Paulo

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Loja de departamentos que revistava empregados na frente de clientes é condenada em danos morais.

A empregada de uma rede de lojas de departamentos requereu na Justiça do Trabalho de Minas indenização por danos morais, alegando ser, diariamente, submetida a revistas em seus pertences, de forma humilhante e vexatória, já que isso era feito na porta da loja, ao final do expediente, quando o segurança revirava a sua bolsa à vista de todos os presentes.

Em sua defesa, a ré sustentou que a revista era apenas visual, opcional e limitada aos pertences dos empregados. Mas, ao analisar as provas do processo, o juiz Marcelo Paes Menezes, titular da Vara do Trabalho de Muriaé-MG, deu razão à ex-empregada.

Na sentença, ele esclareceu que não se trata, no caso, de revista íntima, com toques em partes do corpo (a qual seria, necessariamente, ilícita), mas sim, de exame dos pertences, o que, se feito de forma comedida e com certas cautelas, até poderia ser lícito.

Isto porque, segundo ressaltou o magistrado, não se pode negar ao empregador a adoção de medidas para proteger o seu patrimônio, já que o direito de propriedade é garantia constitucional. “A garantia da propriedade, no entanto, não pode resultar em afronta aos direitos dos empregados.

No caso presente, a ré não adotou as cautelas necessárias para evitar constrangimento à autora. Como dito antes, a vigilância sobre os empregados deve ser feita de forma comedida e razoável. A ré não observou tais balizas” , ponderou o juiz, ao constatar que a revista na bolsa da empregada era feita diante de clientes e do público em geral.

Uma testemunha informou que todo o material era retirado das bolsas e manuseado pelo segurança, de modo a permitir a visualização dos objetos contidos no interior e na parte inferior da bolsa.

Essa prática, no entender do magistrado, colocava a empregada sempre na qualidade de suspeita, além de causar enorme constrangimento à trabalhadora, submetida diariamente a essa revista pública, realizada por seguranças homens, que chegavam a remover, inclusive, objetos de uso pessoal e íntimo, como, por exemplo, absorventes.

O juiz também não considera razoável que o empregador manuseie objetos do trabalhador. “Se o direito de propriedade tem assento constitucional, trata-se de uma estrada de mão dupla, cujos destinatários são todos os cidadãos, inclusive o autor, cidadão/trabalhador” , acrescentou, frisando que a revista nos pertences da empregada, da forma como foi feita, vulnera a dignidade da pessoa humana.

Dessa forma, o juiz visualizou no caso uma tensão permanente entre dois direitos juridicamente tutelados: de um lado, o direito de propriedade da empresa e de outro, a dignidade da pessoa humana e a intimidade do trabalhador.

Apelando ao princípio da ponderação, o magistrado entendeu que esse último direito deve prevalecer: “Bem de ver que aquele direito, propriedade, admite restrição, considerando que a propriedade deve atender a sua função social, nos termos do art. 5º, XXIII, da CF/88. O outro direito em jogo, dignidade da pessoa humana, não admite restrição; antes, emerge como fundamento da República (art. 1º, III, da CF/88)” , concluiu.

Em síntese, no entender do juiz sentenciante, todos têm o direito de defender a propriedade, mas ninguém pode vulnerar a dignidade de outra pessoa a esse pretexto. Assim, por sua conduta ilícita, a loja de departamentos reclamada foi condenada a pagar à reclamante indenização por dano moral, no valor de R$200,00 por cada dia de trabalho, considerando que a revista era diária.

A empresa recorreu dessa decisão, mas a sentença foi confirmada pela Turma Recursal de Juiz de Fora, que apenas reduziu o valor da indenização para R$8.000,00.
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho 3ª Região Minas Gerais

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Mitos e verdades: veja a validade de expressões utilizadas no trabalho

No mundo corporativo, várias palavras surgem e acabam sendo repetidas inúmeras vezes. Conheça algumas dessas frases e veja sua real aplicabilidade nos negócios e nas vendas.

Quem nunca escutou alguma expressão ou frase feita dentro do seu ambiente de trabalho. "Em time que está ganhando não se mexe" e "casa de ferreiro, espeto de pau!" são dois exemplos de expressões que acabam sendo bastante utilizadas no trabalho, às vezes, até como conceitos estratégicos para empresas.

Mas o que será verdade ou mito na aplicação dessas expressões para o ambiente profissional? Será que seguir o conceito dessas frases ajuda no mundo dos negócios ou dentro do segmento de vendas?

Ivan Corrêa, sócio diretor da GS&MD e líder das práticas de gestão de mercadorias da Unidade de Consultoria de Operações, descreveu algumas dessas expressões bastante usadas no trabalho e revelou quais delas são verdades ou mitos dentro do trabalho. Confira:
Verdade se você deseja somente uma vitória temporária. O momento mais adequado para mexer em um time é exatamente quando ele está ganhando, quando é possível analisar a situação com mais tranquilidade e tomar decisões sem atropelos. Quando o time está perdendo, mexer não é mais uma opção: passa a ser necessidade. Com isso, a pressão por mudanças compromete a serenidade para os ajustes demandados.

Estoque é investimento!

Verdade, em ambientes altamente inflacionários. Para economias estáveis, o dito deveria ser outro: "estoque bom é aquele que deixa saudade!". Infelizmente parece perdurar a visão esperançosa de que altos níveis de estoques vão garantir sucessos de vendas. E os inventários vão descobrindo mercadorias fossilizadas, estocadas há dois, três, quatro anos.
Vendas é barriga no balcão!

Verdade desde que a rede seja composta por uma ou poucas lojas. Na medida em que a rede de lojas cresce, a barriga no balcão impede que se tenha a visão do todo, dificultando tremendamente os processos de gestão comercial. E se o crescimento da empresa alcança novas regiões, com distâncias geográficas crescentes, a complexidade das operações cresce junto, principalmente em relação às mercadorias.
O olho do dono é que engorda o gado!

Verdade, se você é dono de um único boi e assim desejar permanecer. Esse ditado é seguido à risca por diversas empresas de varejo, principalmente na área de compras. A justificativa se ampara em lendas urbanas como a de que só o dono é confiável (como se não houvesse problemas familiares); que somente o dono pode dar credibilidade às negociações (como se o conceito de delegação não existisse); ou ainda que ninguém tem o tino comercial do dono (também conhecida como Síndrome da Mão de Deus).

Basta olhar para as redes de varejo que cresceram e se tornaram empresas de verdade, e não apenas negócios tratados como meio de vida. Via de regra, essas empresas possuem executivos de mercado competentes e estruturas de governança para assegurar que o seu futuro não dependa somente de quem está ali para engordar o boi.
Casa de ferreiro, espeto de pau!

Verdade para as redes que são negócios e não empresas de verdade. Por vezes, abusa-se desse ditado. É frequente que o ambiente e os produtos oferecidos aos clientes não reflitam a estrutura interna da empresa aos seus funcionários. Alegações como controle de custos e cultura econômica, dentre outras, criam a base para que esse ditado seja tão amplamente praticado.

Mesmo redes que comercializam produtos e serviços de alta tecnologia, por vezes possuem sistemas de informação totalmente defasados, rodando em plataformas obsoletas. Isso gera uma economia somente na aparência, pois a perda de produtividade das equipes raramente é aferida. Nas empresas de verdade, a estrutura interna é tão valorizada quanto aquela oferecida aos clientes, principalmente os sistemas de informação, que são a base para a produtividade. E isso não é feito por mero status corporativo, ou para impressionar. É que as empresas de verdade sabem que seus funcionários também são seus clientes.
Farinha pouca, meu pirão primeiro!

Verdade, se você não pretende comer pirão com aquela pessoa novamente. Apliquemos esse ditado à área de compras das empresas, onde ocorrem diariamente vários processos de negociação. Em ambientes altamente competitivos, parece certo que para uma das partes se dar bem, a outra parte, necessariamente, tem que se dar mal. E entram-se em batalhas cansativas, onde ambos tentam garantir o seu "pirão", independente de quanto vai sobrar para o outro (se sobrar). Mas o que temos observado é que os processos de negociação nessa área têm sido mais cooperativos do que competitivos, buscando-se assim maior longevidade na relação comercial.

Tem-se reduzido o volume de fornecedores, justamente para fortalecer as relações com aqueles com os quais vale a pena trabalhar. Assim, pode-se obter maior equilíbrio de forças nas negociações, oportunidades de melhorias e ganhos bilaterais. Obviamente, sem perder de vista que o maior beneficiado deve ser o consumidor. Tudo isso parece fazer crer que, mesmo quando a "farinha" é pouca, vale à pena dividi-la.
Fonte: Portal Administradores